O Governo Federal bateu o martelo: o Auxílio Emergencial e o Bolsa Família irão chegar ao fim no final do próximo mês de outubro. De acordo com as informações oficiais, esses dois benefícios sairão de cena para dar lugar a um novo projeto que deve começar a fazer pagamentos a partir do próximo mês de novembro.
Só que com essa manobra do Governo Federal algo em torno de 25 milhões de pessoas que hoje estão recebendo alguma ajuda do Planalto ficarão sem nada dentro de alguns meses. É justamente diante desse cenário que uma ala do poder executivo quer convencer a equipe econômica a criar um novo benefício.
É que para essa ala do Governo, se entende que a pandemia do novo coronavírus ainda não acabou. E além disso, eles também acreditam que a economia do Brasil não vai se recuperar tanto assim dentro de alguns meses. Por isso, é provável que esses 25 milhões de usuários sigam com muita dificuldade para conseguir um emprego.
Outro motivo para querer criar um novo programa é que as eleições estão chegando. Essa ala do Governo acredita que não pegaria bem para a imagem do Presidente Jair Bolsonaro tirar tanta gente de projetos sociais faltando menos de um ano para o pleito presidencial que vai definir se ele vai seguir ou não como chefe do executivo do Brasil.
Hoje, a previsão do Governo Federal é que o novo Bolsa Família atenda algo em torno de 17 milhões de pessoas. Considerando o tamanho atual do programa e a sua fila de espera dá para dizer que eles só irão conseguir inserir algo em torno de 1,2 milhão de novos usuários. Isso seria portanto muito menos do que a quantidade de brasileiros que precisam de fato do benefício.
Ministro de olho nos informais
Em declaração nesta semana, o Ministro da Cidadania, João Roma, disse que concorda que essa situação precisa ser vista pelo Governo. Ele confirmou que algo em torno de 22 milhões de pessoas irão deixar de receber auxílios no Brasil.
Embora ele tenha dito que o Governo precise fazer algo, o Ministro não deixou claro se eles irão fazer alguma coisa. Até este momento, não há nenhuma informação de bastidor que aponte a preparação de um novo projeto para essas pessoas.
Em entrevista recente, o Ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que uma solução para essas pessoas seria apostar no crescimento do emprego. Assim, elas poderiam voltar ao trabalho, ganhar os seus salários e não precisar mais dos auxílios.
Bolsa Família
O fato é que todas as atenções do Governo Federal estão voltadas neste momento para o novo Bolsa Família. Em declaração, Guedes disse que essa seria a “prioridade número zero” do Palácio do Planalto agora.
Explica-se: é que neste momento não há nenhuma garantia de que o Bolsa Família vai mesmo aumentar de tamanho no próximo ano. Até aqui, a proposta do Orçamento de 2022 ainda não mostra essa alteração de valores.
De qualquer forma, Guedes está apostando que o Congresso Nacional vai liberar o parcelamento dos precatórios. Além disso, ele precisa também que os deputados aprovem a Reforma do Imposto de Renda.