Aeroporto utiliza tecnologia BIM para reduzir risco com obras

Aeroporto utiliza tecnologia BIM para reduzir risco com obras

Aeroporto de Governador Valadares, em MG, implementou tecnologia BIM da Autodesk e melhorou previsão de riscos em obras

O Aeroporto de Governador Valadares, cidade no interior de Minas Gerais, decidiu utilizar a tecnologia de Modelagem da Informação da Construção (BIM, na sigla em inglês) na ampliação de sua pista. A intenção era reduzir os riscos de acidentes nas obras, já que o ambiente operacional apresenta certa complexidade no gerenciamento de investimentos e logística.

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O projeto foi realizado a pedido da Secretaria Nacional de Aviação Civil (SAC). O uso da tecnologia BIM também era necessário para angariar recursos federais, já que utilizar a metodologia era um requisito para participar do processo de investimentos da SAC.  Superada a etapa de consolidação do orçamento e adotada uma abordagem inovadora, os modelos BIM e simulações praticadas foram integrados com uma solução de realidade virtual (RV) para a identificação de potenciais riscos de acidentes aeroportuários em área operacional.  

Segundo Adriana Rolim, da SAC, a metodologia BIM desempenhou um papel significativo no planejamento da obra, pois facilitou o gerenciamento de riscos durante as fases de projeto, construção e manutenção do empreendimento para a ampliação da pista do aeroporto. 

Toda a abordagem de avaliação de risco da proposta foi implementada no projeto durante a fase de planejamento, por meio de entrevistas semiestruturadas usando a metodologia BIM integrada à solução e uso de óculos de RV com as equipes responsáveis pelo projeto. 

“Com essa integração, conseguimos avaliar os riscos que poderiam causar impactos negativos ao projeto e tivemos a oportunidade de registrar todas essas informações”, comenta Adriana. Outro benefício apontado no uso da tecnologia BIM estendida à RV é a facilidade de comunicação dos riscos, independente da complexidade dos empreendimentos. 

Os resultados proporcionaram aos envolvidos o melhor entendimento do escopo e uma avaliação mais eficiente dos riscos que pudessem causar um impacto adverso, além de um plano para mitigá-los e assim apoiar os operadores do aeroporto e as equipes de engenharia e gestão de segurança. 

Avaliação de riscos simplificada  

Uma distinção ao promover uma experiência imersiva neste projeto foi potencializar a capacidade do participante, inclusive leigo, em identificar e avaliar os riscos, aumentar a eficiência e precisão da sua gestão, principalmente durante a elaboração do plano de mitigação de riscos.

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“Essa experiência de integração das soluções permitiu aos participantes o reconhecimento do cenário do projeto com alto nível de detalhes, considerando todas as interfaces. Vale destacar que com a participação de todos os envolvidos, houve redução das incertezas do escopo do projeto, permitindo um melhor entendimento sobre como medir a probabilidade de ocorrência de riscos, causalidade e seus impactos, não apenas com base na imaginação”, ressaltam Guilherme Valente, BIM Manager da GV BIM, empresa que implementou a metodologia no aeroporto, e Thiago Lopes, Gestor de Segurança Aeroportuária. 

Como próxima etapa do projeto e início das obras de ampliação da pista do Aeroporto de Governador Valadares, as equipes de pesquisa, engenharia e segurança poderão estabelecer uma ligação entre os dados adquiridos e o modelo BIM, a fim de realizar o processo de monitoramento de risco durante a construção, além de poder realizar análises de risco adicionais. Um exemplo é o potencial de uso destes recursos para planejar que mais pousos e decolagens de aeronaves aconteçam durante uma obra — evitando impactos diretos à aviação regular ou executiva. 

Tecnologia BIM mostra potencial  

A fornecedora da tecnologia BIM foi a Autodesk e, para ela, o caso do Aeroporto de Governador Valadares destaca o valor de novas tecnologias para a elaboração efetiva de matrizes de risco. “É importante evidenciar o cuidado com o processo de modelagem, a inclusão de objetos temporários dedicados à simulação, como aeronaves, pessoas e maquinário, e o carregamento de dados do cronograma nos modelos”, afirma Fernanda Machado, especialista técnica e líder de sustentabilidade da Autodesk.

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O projeto ainda teve que passar por uma fase de aprovação junto à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) do conjunto AISO – Análise de Impacto sobre a Segurança Operacional e PESO – Procedimentos Específicos de Segurança Operacional, processos que detalham e documenta, as defesas existentes e medidas adicionais para eliminação ou mitigação de riscos decorrentes de obras em áreas operacionais de aeroportos.

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