O Seguro-Desemprego é um benefício que oferece assistência financeira temporária aos trabalhadores que foram dispensados de seus empregos sem justa causa. Esse benefício é pago de forma contínua ou alternada, em três a cinco parcelas, dependendo do tempo trabalhado. A Caixa Econômica Federal atua como Agente Pagador do Seguro-Desemprego, e os recursos são custeados pelo Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), conforme estabelecido pela Lei nº 7.998/1990.
Estados
Infelizmente, esse benefício tem sido alvo de fraudes em todo o país, causando prejuízos aos cofres públicos e prejudicando aqueles que realmente precisam do auxílio. Para combater esse problema, uma operação policial foi deflagrada nos estados de Goiás, Mato Grosso, Maranhão, Pará e Amapá, visando desarticular esquemas de fraudes na obtenção e recebimento do seguro-desemprego.
O Início das Investigações
As investigações tiveram início em outubro de 2022, quando a área de inteligência trabalhista do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) recebeu denúncias sobre a liberação irregular de benefícios do seguro-desemprego. Após análises e levantamentos, foi constatado que existiam inúmeros requerimentos fraudulentos, envolvendo agentes públicos e pessoas localizadas em diversas unidades da federação.
O Modus Operandi dos Fraudadores
De acordo com as investigações, os fraudadores recrutavam agentes públicos vinculados ao Sistema Nacional de Emprego (SINE) e ofereciam vantagens indevidas, como propinas, em troca da inserção de informações falsas no sistema do MTE ou do empréstimo de senhas para acesso e inserção realizada por terceiros. Essas ações eram realizadas até mesmo de forma remota nos computadores dos postos de atendimento.
Após as inserções fraudulentas, parcelas indevidas do seguro-desemprego eram pagas a pessoas interpostas, conhecidas como “laranjas”, que repassavam parte do valor aos organizadores do esquema criminoso. Essa prática resultou em um prejuízo de mais de R$ 11,9 milhões aos cofres públicos.
A Operação Policial
A operação policial, denominada Operação RedeX, contou com a participação de 60 policiais federais, 4 servidores do Ministério do Trabalho e Emprego e 4 servidores do Ministério da Previdência Social. Foram cumpridos sete mandados de prisão preventiva, um mandado de prisão temporária e 13 mandados de busca e apreensão nos estados alvos da investigação.
Os crimes investigados são estelionato majorado, corrupção ativa, inserção de dados falsos em sistema de informações e associação criminosa. O nome da operação faz referência à cidade de Redenção/PA, local de moradia da maioria dos envolvidos, e o “X” representa a capacidade de multiplicação das fraudes.
Resultados e Prejuízos Evitados
Até o momento, foram confirmados quase 12 mil requerimentos de seguro-desemprego fraudados, o que demonstra a dimensão do esquema criminoso desmantelado pela operação policial. O prejuízo aos cofres públicos é estimado em mais de R$ 11,9 milhões, porém, graças à ação da Coordenação-Geral de Inteligência Trabalhista (CGINT) do MTE, foi possível evitar um prejuízo ainda maior, estimado em mais de R$ 7,2 milhões.
A Importância da Força-Tarefa Trabalhista
A operação policial foi realizada em parceria com a Força-Tarefa Trabalhista (FTT), que integra a Polícia Federal e os Ministérios do Trabalho e Emprego. Essa força-tarefa atua no combate à corrupção e outros crimes estruturados contra o patrimônio público trabalhista. No Ministério do Trabalho e Emprego, a Coordenação-Geral de Inteligência Trabalhista desempenha um papel fundamental na detecção e análise de indícios de fraudes estruturadas e outros ilícitos.
Combate às fraudes
A operação policial deflagrada nos estados de Goiás, Mato Grosso, Maranhão, Pará e Amapá representa um importante passo no combate às fraudes no seguro-desemprego. As ações realizadas visam desmantelar esquemas criminosos que prejudicam tanto os cofres públicos quanto os trabalhadores que realmente necessitam do benefício.
É fundamental que as autoridades continuem investindo em inteligência e aprimorando os mecanismos de controle para evitar que casos de fraude se repitam. Somente assim será possível garantir que o seguro-desemprego cumpra seu papel de amparar aqueles que perderam seus empregos e precisam de auxílio financeiro temporário.