A escritora realista-naturalista Júlia Lopes de Almeida é um dos nomes mais conhecidos da literatura brasileira contemporânea. Dentre as suas obras mais conhecidas, podemos destacar o romance “A Falência”.
“A Falência” é cobrada com frequência por questões de português e literatura, principalmente nos vestibulares e no ENEM, Exame Nacional do Ensino Médio. Além disso, o livro faz parte da lista de livros obrigatórios do Vestibular UFPR 2024 e do Vestibular UFRGS 2024.
Assim, para te ajudar na sua preparação para alguns dos principais vestibulares do país, o artigo de hoje trouxe um resumo com uma análise completa sobre “A Falência”. Vamos conferir!
Júlia Lopes de Almeida foi uma escritora brasileira que nasceu na cidade do Rio de Janeiro, em 1862. O romance “A falência” é uma das obras mais conhecidas da autora, além de ser também a mais abordada por questões de vestibulares de todo o país.
Júlia Lopes de Almeida possui um estilo realista-naturalista. Dentre os temas de maior relevância abordados em suas produções, podemos destacar as questões sociais e também as problemáticas que envolvem o universo feminino, como o direito ao voto e ao divórcio e o espaço que poderia ser ocupado pelas mulheres na sociedade brasileira do século XIX.
A narrativa de “A falência” é situada no final do século XIX, durante a República Velha. No romance, a autora narra a falência de Francisco Teodoro e Camila, um casal burguês que é afetado pela chamada “crise do encilhamento”.
Francisco Teodoro é um comerciante que possui uma dedicação extrema ao trabalho, deixando a sua família em segundo plano. Camila, por sua vez, é uma mulher de origem humilde que casou-se com um homem rico, consolidando a sua ascensão social através do casamento. Ela também possui um amante, o doutor Gervásio.
Um dia, porém, Francisco comete um grave erro nos negócios e, com a queda do valor do café, a família perde todo o dinheiro que a família possuía. Diante do cenário dramático, Francisco comete suicídio.
Depois do acontecimento trágico, Camila volta a viver em condições humildes e precisa passar a morar na casa de Nina, sobrinha de Francisco.
A partir desse momento, o foco da narrativa é direcionado para as duas personagens femininas e Júlia Lopes de Almeida propõe discussões muito relevantes, como a emancipação feminina e a luta de classes.
Narrado em terceira pessoa por um narrador onisciente, “A Falência” é um romance realista de 25 capítulos que foi publicado no ano de 1901. Apesar do predomínio do estilo realista, a obra também possui aspectos naturalistas e deterministas.
Uma dos principais aspectos do romance é a reflexão constante sobre as relações interpessoais presentes na sociedade brasileira do final do século XIX. Um dos temas principais, por exemplo, é o adultério e a discussão sobre os valores sociais do período.
Podemos dizer que Júlia Lopes de Almeida aborda a sociedade brasileira a partir de um ponto de vista crítico, utilizando o seu romance como uma ferramenta para analisar e
criticar a época em que vivia.
De uma forma geral, os personagens de “A Falência” são muito bem desenvolvidos do ponto de vista psicológico. Porém, um destaque ainda maior é dado às personagens femininas da narrativa, como Camila e Nina, que são as mais trabalhadas.
O protagonismo feminino é um tema constante na produção literária de Júlia Lopes de Almeida e está presente também no romance em questão.
De fato, Júlia Lopes de Almeida demonstra uma clara preocupação com os debates sobre a liberdade da mulher na sociedade brasileira da época e com as divisões sociais existentes na mesma.
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