A ciência explica a \"maldição\" dos furacões de letra \"i\"

A ciência explica a \”maldição\” dos furacões de letra \”i\”

Quase todos os furacões mais devastadores do planeta começam com a letra i. Entenda o motivo científico

Por volta das 9h desta quarta-feira (30), o furacão Idália atingiu a costa dos Estados Unidos, perto de Keaton Beach, na Flórida. Inicialmente, a tempestade tem categoria 3, com ventos de até 29 quilômetros por hora, que podem deixar um rastro de destruição por onde passa, de acordo com projeções do Centro Nacional de Furacões dos EUA (NHC).

Esta é a tempestade mais forte a atingir a região em mais de 120 anos, e causa preocupação. Além do Idália, outros grande furacões como Irma e Ivan também costumam causar destruições naquela região. O que todos estes fenômenos têm em comum? Todos eles começam com a letra i.

Inicialmente pode parecer que este fato é um mero detalhe, mas é verdade que a maioria dos furacões mais destrutivos do mundo se iniciam pela letra i. De acordo com especialistas, não se trata de uma coincidência, e há uma explicação rigidamente científica para indicar um motivo para este fato.

Por que começam com a letra i?

Antes de mais nada, é importante lembrar que os nomes das tempestades recebem títulos de humanos desde 1953. O objetivo dos especialistas é facilitar a identificação destes diferentes fenômenos. Desde 1979, este método utiliza como base as listas por ordem alfabética, alternando entre nomes de homens e mulheres.

Por este modelo de definição, a letra i é sempre associada ao período que vai desde o início de agosto até o final do mês de setembro. Esta é justamente a época em que se registra um pico de furacões em relação ao restante do ano.

Agosto e setembro é o período de tempo que traz condições mais claras para a formação de um furacão. É justamente nos dias atuais que as temperaturas oceânicas no hemisfério norte estão no seu ápice. Além disso, há uma ausência de ventos fortes de alta altitude, de modo que o eventos extremos podem resultar desta mistura.

Furacão Idália

Como dito, mais um furacão iniciado com a letra i está provocando estragos dentro do território dos Estados Unidos desde as primeiras horas da manhã desta quarta-feira (30). Há uma grande preocupação, por exemplo, com os alertas de elevação do mar de 2,5 a 2,7 metros provocados pelo Idália.

“Eu moro em um lugar mais ou menos comparando como se fosse a Lagoa Rodrigo de Freitas (no Rio de Janeiro), e está bem alagado, não dá para sair. Eu tenho que ir ao mercado aqui na frente, e quase alagou até a cintura. Mas não está tão ruim em Tampa, não, caíram algumas árvores, mas não está tão ruim assim não”, relatou o brasileiro Cauê Salgado, em entrevista à Globo News nesta manhã.

“Você vai passando todos os anos, tem ano que vira só tempestade tropical, que é o primeiro nível, e tem ano que vai até o nível 2, 3, 4, até 5. Então você vai acostumando e vai ouvindo o que vai falando na mídia. Eu não fico desesperado porque já estou acostumado, mas vou ouvindo a mídia. Os caras da Flórida não estão nem aí, dizem ‘há 60 anos que eu passo por isso’, mas eu não estou desesperado”, seguiu ele.

A ciência explica a \"maldição\" dos furacões de letra \"i\"
Momento em que furacão Idália alcança os EUA. Imagem: Reprodução

Previsão

Segundo meteorologistas dos Estados Unidos, as grandes ondas devem continuar a subir nas próximas horas, sobretudo na região de Big Band. O crescimento do nível do mar deve subir na mesma medida em que os ventos contrários empurram a água para cima.

Ainda na terça-feira (29), o governo local orientou os moradores da região oeste da Flórida a deixarem as suas casas. A estimativa é de que algo em torno de 14 milhões de pessoas estejam em estado de alerta. O Aeroporto Internacional de Tampa, por exemplo, está fechado e não deve reabrir até a quinta-feira (30), pelo menos.

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