Um estudo feito pelo InfoJobs, portal de vagas de emprego e provedor de tecnologia para RH, revelou que 53% das empresas já contratam de maneira totalmente digital. Quase um quarto (24%) do restante das empresas que ainda não aderiram ao modelo de seleção pretendem contratar um software de recrutamento até o início do próximo ano.
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Segundo a InfoJobs, já era uma tendência o uso de ferramentas automatizadas para contratar mesmo antes mesmo da pandemia. No entanto, ela levou 24% das organizações a implementar esse modelo, justamente devido ao trabalho remoto.
O estudo aponta que as empresas perceberam as vantagens da digitalização do RH, o que fez com que parte delas não voltassem ao modelo tradicional. Não à toa, 98% dos profissionais de recursos humanos que responderam à pesquisa, reconheceram que a tecnologia para RH tem potencial de facilitar a rotina dos recrutadores e agilizar os processos.
A digitalização do processo de contratação acelera o preenchimento de vagas, por exemplo. O tempo médio para contratar uma pessoa passou de semanas ou meses para três a dez dias. O uso de tecnologia também aumenta a agilidade na triagem de currículos (32% das respostas), atração de candidatos (30%) e realização de entrevistas (20%), segundo os entrevistados.
Dentro desse contexto, as empresas que contratam com tecnologia, apontam que a triagem de currículos mais ágil (15%) e a incorporação da videoentrevista (15%), foram o que mais mudou nos processos, sendo como uma solução para as etapas apresentadas anteriormente. O recebimento de currículos virtuais (14%) e a adequação à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) (13%) também foi citada como uma das mudanças mais impactantes no dia a dia do RH.
Desafios do RH digital
A pesquisa também concluiu que 92% dos recrutadores acreditam ser possível recrutar de forma humanizada com tecnologia, o que ainda é considerado tabu nas empresas nos dias de hoje. A pesquisa também ouviu os candidatos e mostrou que 41% participou de pelo menos um processo seletivo em uma plataforma de recrutamento online no último ano, de forma que apenas 10%, apontam os processos seletivos digitais como um problema. Por fim, 92% acreditam que cada vez mais o RH das empresas vão recrutar de forma digital, mesmo com o fim da pandemia.
Entre as dificuldades encontradas para digitalizar, 58% destaca o mindset tradicional dos decisores, enquanto 29% apontam a falta de recursos financeiros. Além disso, também há o desafio no trabalho remoto em si. Pesquisa global realizada com 1,5 mil gestores pelo Instituto Opinion Matters para a Ricoh Europe apontou que mais de 60% dos empregadores não confiam nos funcionários quando se trata de trabalho remoto.
No entanto, isso tende a diminuir. No Brasil, por exemplo, apenas 7% das empresas pretendem descartar o trabalho remoto ao fim da pandemia, de acordo com outro estudo, dessa vez da Grant Thornton. O home office como modelo de trabalho permanente é uma opção para 32% das empresas entrevistadas, enquanto 45% avaliam a possibilidade. Outros 15% não tem intenção de tornar o home office permanente, mas não descartam a decisão.
Esses dados fazem parte de um recorte brasileiro de uma pesquisa global de agosto de 2021, que entrevistou cerca de 5 mil empresários em 32 países, para analisar o otimismo e as expectativas com relação à economia global para os 12 meses seguintes.
Os benefícios do trabalho remoto
Na China, um estudo feito pela Stanford Business School mostrou que o trabalho em casa melhorou o desempenho dos trabalhadores. A pesquisa de Stanford também aponta que 69% dos empregadores estimam que os trabalhadores remotos gastam até 180 minutos por dia em atividades de alto valor para a empresa. Quando pergunta semelhante foi feita aos funcionários presenciais, a estimativa dos próprios trabalhadores foi de apenas 73 minutos.
Na América Latina, o trabalho remoto melhora o bem-estar. Pesquisa encomendada pela Citrix à OnePoll, em cinco países da região, incluindo o Brasil, mostrou que 69% dos trabalhadores se sentem melhor ou muito melhor referente ao bem-estar físico comparado a quando estavam trabalhando presencialmente; e 64% se sentem melhor ou muito melhor referente ao bem-estar mental. A pesquisa ainda mostrou que, após a pandemia, 69% gostariam de um modelo híbrido em que podem escolher onde trabalhar ou ir ao escritório.