Os super apps são uma tendência que ganhou força na China com o WeChat, o mensageiro chinês é usado por 1 bilhão de pessoas e conta com diversas funcionalidades: carteira digital, compartilhamento de conteúdo e até com um sistema similar ao Uber. Como se pode fazer quase tudo com ele, um terço do tempo dos usuários é gasto somente no WeChat. O Brasil, no entanto, não está perto disso.
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Pesquisa da Ilumeo, consultoria de inteligência focada em dados e tecnologia, que ouviu 1,3 mil brasileiros com smartphone entre julho a agosto deste ano, descobriu que 41% deles nunca ouviu falar em super apps. Até mesmo entre o público early adopter, aqueles mais abertos à inovação e tecnologia, 30% deles disseram que não conhecem o termo.
Para se ter uma ideia de como a categoria ainda é difusa na cabeça dos consumidores, quando eles são perguntados – através de pergunta aberta, sem alternativa – sobre “as marcas que vem à cabeça ao pensar em super apps”, surgiram nomes de 400 marcas de 38 categorias diferentes.
Segundo o estudo, varejistas prevalecem, mas as pessoas também lembram de bancos, streamings, buscadores, redes sociais, empresas de saúde, benefícios, viagens, mobilidade, delivery, moda, esporte, entre outros setores.
Oportunidade para as marcas
Mas por que é importante ser um super app? Os super aplicativos têm o potencial de aumentar o número de downloads, ampliar a presença da marca, coletar dados e aproximar os clientes, gerando mais relevância no mercado.
Ainda que haja esse entrave em relação ao conhecimento de Super App, vale observar que a pesquisa indicou que dentre os consumidores que sabem do que se trata, o conceito é muito bem estabelecido. A taxa de rejeição a esse tipo de app é baixa e apenas 7% declaram que não instalariam qualquer super app de forma nenhuma.
O estudo levantou quais os Super Apps mais conhecidos e mais instalados nos celulares dos consumidores: Shopee é o líder em consciência de marca. Dentre aqueles que já ouviram falar em algum super app, 91% dizem conhecer a marca. Na sequência, aparecem Uber (86%), iFood (85%) e Americanas (84%).
Segundo a adtech Digital Turbine, que atua com soluções de crescimento para os mais variados apps, a América Latina é uma região promissora para super apps e isso está ligado à alta penetração do sistema operacional Android. Regiões como Estados Unidos e Europa, que tem maior penetração do iOS, tornam mais desafiadores para o surgimento de super aplicativos.
O que são super apps
A Digital Turbine explica melhor essa nova tendência:
- Conceito de tudo em um: Imagine que vários apps se uniram para formar um único aplicativo, seguindo a premissa de que pode se fazer tudo em um só lugar. Assim o usuário passa mais tempo somente neste app, permitindo que economize espaço no celular e tempo com múltiplos serviços dentro de uma única plataforma.
- Tudo começa nas fintechs: As fintechs com sua capacidade de enviar e receber pagamentos ganham mais importância no crescimento e desenvolvimento de um super app, com potencial transacional. Como por exemplo, o aplicativo da 99, que começou como um aplicativo de para táxis e, depois, caronas, que observou, por meio dos pagamentos, outras possibilidades de serviço. Assim como o WhatsApp, um serviço de mensagens instantâneas, que agora facilita pagamentos ponto a ponto. Ou seja, a transação financeira está sempre presente em um app que quer oferecer mais funções.
- Praticidade: Atualmente, os usuários conseguem fazer qualquer coisa pelos seus celulares. Aplicativos de setores de serviços como delivery, possuem também compras e pagamentos digitais como muitos já incluíram opções de entretenimento. Ou seja, começa como um delivery e cresce para outras funções úteis aos usuários, como serviço de entregas particulares, contratação de serviços de casa, entre outros.
- Qualquer app pode virar super: Em síntese, qualquer aplicativo, seja ele de mensagem, entrega, compras ou financeiro, pode vir a se tornar um super app. Basta ter um ecossistema diverso, com recursos de pagamentos e base forte de usuários diários, de olho nas demandas dos seus usuários, por meio de monitoramento de comportamento e pesquisas de satisfação.