De acordo com um relatório global da IBM (International Business Machines Corporation), 1 em cada 3 brasileiros já foi vítima de fraude envolvendo cartão de crédito em algum momento em sua vida. O levantamento informa também que cerca de 85% dos consumidores brasileiros temem serem vítimas deste tipo de golpe.
Logo em seguida do Brasil, outros grandes países são atingidos pela prática de roubo de cartão de crédito, dentre eles estão Singapura, Estados Unidos, China, Japão e Alemanha. O levantamento informa que os brasileiros já perderam o equivalente a R$ 2.978 neste tipo de prática, valor em torno de US$ 581.
Devido à grande desvalorização do Real, o prejuízo foi desacelerado quando comparado com outros países, o que deixou o Brasil em terceira colocação em volume de perdas. A Alemanha ficou no topo, e registrou uma média consideravelmente superior, a US$ 3.917, com Singapura sendo mencionada logo em seguida, em segundo lugar (US$ 1.216).
Aumento das fraudes com cartão de crédito
De acordo com Roberto Engler, líder de segurança da IBM Brasil, “as fraudes estão cada vez mais sofisticadas, principalmente as que envolvem engenharia social, o que motiva uma série de ações dos bancos para lidar com isso”.
A Engenharia Social é quando um golpista usa de métodos e estratégias para enganar, a fim de obter informações pessoais. O criminoso também busca ganhar a confiança para obter informações, assim como acontece há muito tempo entre os golpistas.
Segundo Engler, os atuais investimentos estão focados em melhorar as lacunas entre os esforços das companhias para aprimorar as práticas de segurança e a conscientização dos usuários.
“Os trabalhos são muito próximos [das autoridades] para que esses golpes possam ser investigados e punidos, além de ações de conscientização através da Febraban (Federação Brasileira de Bancos. (…) Em outra frente, (as instituições) investem em tecnologias cada vez mais avançadas, com inteligência artificial e biometria, para entender o comportamento dos clientes e avaliar a veracidade das transações”, conclui.
Outro ponto que dificulta no aprimoramento da segurança neste segmento é a falta de mão de obra qualificada. Engles informa que, nessa área, há cerca de 300 mil a 400 mil vagas sem serem preenchidas no país. Todavia, mesmo com estes problemas, os clientes relataram uma alta taxa de confiança nas instituições financeiras.
Na pesquisa, 79% dos indivíduos demonstraram confiança nas operadoras de cartão de crédito e nos bancos. Já 18% informaram que tiveram cartões bloqueados por conta dessas práticas para inibir fraudes, enquanto 10% deixaram de concluir alguma aquisição, pois receberam avisos sobre eventuais perigos.
Conscientização dos clientes
Segundo o estudo, as novas gerações apresentam um maior grau de conscientização quando o assunto é a precaução de eventuais brechas na segurança. O levantamento informa que 37% dos considerados “millennials” (aqueles que nasceram após o início da década de 1980) gastaram mais de uma hora verificando suas contas em busca de indícios de fraude.
Além disso, este público apresentou uma maior confiança nas companhias que investem em práticas de segurança, sendo que 42% dos envolvidos preferem buscar empresas que demonstrem investimentos nessa área. Concluindo o estudo, nações mais avançadas tecnologicamente reportaram percentual de fraudes relacionadas a cartão de crédito mais baixos.