Que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tem defendido o voto impresso não é mais novidade. Neste cenário, mais um movimento vai na contramão, 11 líderes de partidos formaram uma aliança contrária a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que está agora na Câmara dos Deputados.
Ao todo somam -se 326 deputados e 55 senadores. Mas afinal o que eles temem com o voto impresso? Quem estaria com a razão nesta história?
Leia este artigo até o final e tire suas próprias conclusões sobre o assunto. Você é capaz de opinar?
Movimento coletivo e contra Bolsonaro?
Para dar andamento ao posicionamento o grupo se reuniu por meio de uma vídeo conferência.
Na ocasião, a decisão de não votar a favor do voto impresso foi tomada e manter apenas o sistema de urna eletrônica no país
O texto do projeto de lei propõe que a votação por urna eletrônica continue, mas que exista também um voto impresso auditável instalado no equipamento.
“Nós, esses onze partidos, entendemos que era preciso um movimento coletivo para trazer um sinal claro de confiança no sistema eleitoral atual. Nós temos total confiança, o Brasil tem um dos sistemas eleitorais mais modernos no mundo. Uma coisa que está dando tão certo, para que mexer?”, disse o presidente do DEM, ACM Neto, ao G1.
Neto ainda completou que a movimentação contrária ao voto impresso é um busca da “defesa da segurança do sistema eleitoral” e não tem caráter de lados pessoais.
“Até porque existem partidos que são da base do presidente. Não é uma coisa contra, é a favor do sistema. Esse movimento dificulta muito qualquer mudança na legislação”, completou.
Participaram da reunião:
- ACM Neto (DEM);
- Baleia Rossi (MDB);
- Bruno Araújo (PSDB);
- Ciro Nogueira (PP);
- Gilberto Kassab (PSD);
- Luciano Bivar (PSL);
- Luis Tibé (Avante);
- Marcos Pereira (Republicanos);
- Paulo Pereira da Silva (Solidariedade);
- Roberto Freire (Cidadania);
- Valdemar Costa Neto (PL).
Por que o voto impresso pode ser problemático?
Muitos especialistas e autoridades tem questionado a implementação do voto impresso. Entre as crítica, a medida é chamada de retrocesso, sem contar a preocupações sobre o sigilo do voto.
Além disso, a medida de equipamentos para auditoria por meio do voto impresso, custaria R$ 2 bilhões, diante de um sistema de urna eletrônica que tem se mostrado seguro e eficaz.
“O voto impresso vai potencializar o discurso de fraude e vão pedir, como já se pediu aqui, a contagem pública de 150 milhões de votos, e contagem pública só pode ser manual”, criticou o ministro Luís Roberto Barroso, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
E completou: “portanto, nós vamos entrar no túnel do tempo, e voltar ao tempo das fraudes em que as pessoas comiam votos, urnas desapareciam, apareciam votos novos (impressos). Nós vamos produzir um resultado muito ruim, portanto vai ser um mal para a democracia brasileira”, declarou.
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) vem questionando o sistema de urna eletrônica, alegando que ganhou no primeiro turno de 2018, mas quando solicitado que apresente provas sobre as alegações nada é enviado. Será que ele estaria sozinho nessa ideia de voto impresso?