Mais uma vez, o programa Voa Brasil do governo federal atrasa a data do seu lançamento. A proposta inicial do Ministério de Portos e Aeroportos era lançar o projeto ainda na primeira quinzena de março. Já passamos deste prazo e nada foi feito oficialmente.
O Voa Brasil é o programa do governo federal que consiste em distribuir passagens aéreas a R$ 200 para qualquer trecho do país. Uma pessoa que está em Pernambuco, por exemplo, poderia ir ao Rio Grande do Sul pagando apenas R$ 400, juntando a ida e a volta.
O governo, no entanto, ainda não conseguiu realizar o lançamento o projeto, que já foi adiado várias vezes. De acordo com informações de bastidores, o problema neste momento é a relação do Planalto com as companhias aéreas que atuam no Brasil. Este ponto estaria atrasando o sistema.
Até aqui, se sabia que Azul, Latam e Gol estavam realizando a seguinte negociação com o governo: o Planalto abriria linhas de crédito para a tomada de financiamento, e elas topariam participar do Voa Brasil já no decorrer deste ano de 2024.
Mas agora se sabe que o grau de exigência mudou, e as companhias aéreas também estão pedindo a redução do preço dos combustíveis de aviação como um segundo requisito para fazer parte do Voa Brasil.
Desde que foi anunciado pelo governo, o Voa Brasil já foi adiado ao menos quatro vezes. O Ministério de Portos e Aeroportos avalia que tudo aconteceu por conta de um problema de agenda do ministro, que não pôde estar em Brasília no dia 5 de fevereiro, e nem em nenhum outro dia até o fim do carnaval.
“Por questão de ajuste com a agenda do presidente, vamos ter a data após o Carnaval”, informou o comunicado, sustentando que as agendas de Lula e de Silvio Costa Filho não estão em uma mesma página neste momento.
Nem todos os brasileiros terão o direito de participar do Voa Brasil. De todo modo, o ministro frisou que provavelmente o projeto deverá atender cerca de 21 milhões de pessoas de todas as regiões do país. Neste primeiro momento, a ideia é atender:
As três principais empresas de aviação do Brasil (Latam, Gol e Azul) já teriam confirmado que devem participar do programa. As passagens poderão ser compradas por meio de um site, que ainda não foi oficialmente lançado pelo governo federal.
Dentro do planejamento do poder executivo, a ideia é comercializar nada menos do que 5 milhões de passagens a R$ 200 durante o ano de 2024. O Ministério de Portos e Aeroportos acredita que a medida vai ajudar a promover o turismo nacional, já que mais pessoas poderiam ser atendidas.
Entre outros pontos, Silvio Costa Filho deixou claro que o programa não parte de um financiamento do governo. A ideia é apenas fazer uma parceria para que as companhias aéreas disponibilizem a preços mais baixos assentos que normalmente estão vazios.
Assim, a empresa poderia ganhar R$ 200, ao invés de não ganhar nada. O governo federal entra na história apenas disponibilizando as informações dos cidadãos, para deixar claro quem tem direito ao benefício.
“O governo brasileiro não tem condições de oferecer um programa [com passagens] a R$ 200 a todo povo brasileiro. É importante deixar claro isso. Mas, dentro do esforço que está sendo feito com as companhias aéreas, estamos elencando dois segmentos muito importantes”, afirma o ministro Sílvio Costa Filho.
Em um segundo momento, o governo federal não descarta a possibilidade de criar uma versão internacional para o Voa Brasil.