Vendas do comércio crescem depois de três meses de estabilidade (Confira!)
Setor foi influenciado pela baixa da inflação
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apresentou nesta sexta-feira (15/09), informações relacionadas às vendas do comércio de todo o país. A princípio, depois de uma alta de 1,3% no primeiro semestre deste ano, o volume total de vendas do setor teve um crescimento de cerca de 0,7% em julho.
Todavia, essa alta é em relação ao mês anterior, de junho de 2023. Os dados sobre as vendas do comércio foram coletados na Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) do IBGE. Vale ressaltar que esse crescimento nas negociações de produtos em todo o território nacional, se deu após três meses de estabilidade apresentada pelo setor.
Segundo o gerente responsável pela PMC do IBGE, Cristiano Santos, “a variação de julho assemelha-se à de março, em termos de patamar, pegando esse cenário de estabilidade, mas ainda não é o caso de um crescimento pronunciável”. Com o bom resultado para o mês, o trimestre acabou por registrar uma alta de 0,1%.
Analogamente, entre os meses de abril e junho deste ano, houve um recuo nas vendas do comércio de -0,2%. Vale ressaltar que mesmo com as altas apresentadas, o setor econômico, está 2,2% abaixo do recorde da série histórica, do mês de outubro de 2020. Em relação aos últimos 12 meses, houve uma alta de 1,6%.
Vendas do comércio no país
Desse modo, o acumulado de vendas do comércio relativo ao mesmo período do ano passado, apresentou um crescimento expressivo, de cerca de 2,4%. Deve-se mencionar que esse é o segundo resultado positivo nesta comparação. Houve uma alta relativa a quatro atividades ligadas ao varejo em todo o país entre junho e julho.
Uma das atividades econômicas que merecem destaque no PMC do IBGE é a de equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação. Houve um crescimento exponencial de 11,7% nas vendas do comércio. De fato, a atividade tem apresentado índices díspares em 2023, com resultados positivos e negativos.
uma das causas para a alta apresentada em julho, está relacionada à cotação do dólar e a políticas do Governo Federal sobre as importações. Houveram algumas alterações sobre as tributações desse tipo de negociação que acabaram por influenciar o setor e a atividade, com um grande aumento em suas vendas.
Outras atividades
Dessa maneira, uma outra atividade ligada às vendas do comércio que apresentou números positivos no período é a de artigos de uso pessoal e doméstico. Entre os meses de junho e julho, houve um crescimento de 8,4% no setor, o que configura a segunda maior alta no país, apresentada pelo levantamento da PMC do IBGE.
De acordo com especialistas econômicos, o setor de artigos de uso pessoal e doméstico tem tido resultados negativos nos últimos meses, devido ao fato de que no período, houve uma crise contábil de inúmeras cadeias varejistas. Entretanto, algumas grandes companhias conseguiram reverter esse cenário negativo.
Segundo Santos, “A alta vem muito por conta da base de comparação baixa, mas também houve promoções pontuais. Algumas lojas realizaram uma espécie de antecipação de Black Friday. Embora tenha sido algo bastante específico, e não tenha atingido a atividade como um todo, foi suficiente para uma virada de trajetória”.
Uma outra atividade que se destacou na pesquisa do IBGE é a de hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo. Vale ressaltar que ela representa cerca de 45% da PMC e apresentou um crescimento de 0,3%. Mesmo sendo uma estabilidade, somada a junho, houve uma alta de 1,7% após um recuo em maio.
Pesquisa do IBGE
O resultado do setor e das vendas do comércio, pode ser considerado uma consequência de uma pressão inflacionária reduzida. Dessa forma, houve um impacto significativo nas negociações dos produtos relacionados e nos resultados das empresas. Como o preço foi reduzido, houve um aumento da demanda.
Dessa forma, as atividades de tecidos, vestuário e calçados tiveram uma queda de -2,7%. Já o setor de livros, jornais, revistas e papelaria, apresentaram um recuo de -2,6%. Móveis e eletrodomésticos tiveram uma redução de -0,9% e combustíveis e lubrificantes, de -0,1%. Essas foram as variações negativas da pesquisa do IBGE.
Em conclusão, a redução da inflação influenciou bastante as vendas do comércio varejista registrada no período da PMC do IBGE. Neste cenário, o Banco Central pôde abaixar as taxas de juros, Selic. Portanto, o mercado financeiro espera um maior desenvolvimento da economia do país e do PIB neste ano de 2023.