Economia

Veja os números do trabalho formal no 3º trimestre no Brasil

O Brasil registrou 37,4 milhões de trabalhadores do setor privado com a carteira assinada no terceiro trimestre de 2023. O número cresceu 1,6% em relação ao trimestre anterior, o que representa um acréscimo de 587 mil pessoas. Já na comparação com o terceiro trimestre de 2022, a taxa cresceu 3,0% (acréscimo de 1,1 milhão de pessoas).

Entre julho e setembro deste ano, 73,8% dos trabalhadores do setor privado tinham a carteira assinada no Brasil. Em outras palavras, quase três em cada quatro empregados do setor estavam em regime formal de contratação, seguindo a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

O resultado é bastante positivo e completamente diferente do observado nos últimos anos. Em resumo, a pandemia da covid-19 provocou a perda de milhões de empregos em todo o mundo, inclusive no Brasil. A saber, as maiores perdas do mercado de trabalho aconteceram em 2020, com muitos trabalhadores se vendo obrigados a irem para a informalidade.

No entanto, houve uma reversão desse cenário em 2021 e isso se consolidou em 2022, com o mercado de trabalho brasileiro ganhando mais força. Agora, no terceiro trimestre de 2023, a trajetória ficou ainda mais positiva e o desemprego segue em queda no Brasil.

Todos estes dados fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD Contínua), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e divulgada nesta quarta-feira (22).

Menores proporções de trabalhadores formais

De acordo com o IBGE, 16 das 27 Unidades da Federação (UFs) tiveram proporções de trabalhadores informais menores que a média nacional no terceiro trimestre de 2023.

Em quase todos os estados do país, a taxa de trabalhadores com carteira assinada superou os 50%. Isso só não aconteceu no Maranhão, que seguiu com a menor proporção de trabalhadores formais do país, assim como nos trimestres anteriores, e pouco menos da metade dos empregados tinham carteira assinada.

Veja abaixo os estados com as menores proporções de trabalhadores formais do país:

  1. Maranhão: 49,9%;
  2. Piauí: 52,3%;
  3. Tocantins: 52,7%;
  4. Pará: 54,7%;
  5. Ceará: 55,6%;
  6. Sergipe: 56,6%;
  7. Paraíba: 57,4%;
  8. Bahia: 57,7%.

Em suma, esses dados se referem ao percentual de pessoas que possuem 14 anos ou mais de idade e que estavam empregadas no setor privado no primeiro trimestre de 2023 no Brasil.

Entre julho e setembro, o Maranhão teve o menor percentual de trabalhadores formais no setor privado. Contudo, vale destacar que o estado apresentou uma leve melhora em seus números, visto que, no trimestre anterior, o percentual foi de 49,3%.

Outros oito estados tiveram taxas abaixo da média nacional: Alagoas (60,8%), Amazonas (63,4%), Roraima (64,4%), Rio Grande do Norte (66,3%), Pernambuco (66,5%), Acre (70,2%), Amapá (70,5%) e Goiás (70,6%).

Menos da metade dos trabalhadores do Maranhão tinham a carteira assinada no 3º trimestre. Imagem: Agência Brasil.

Santa Catarina tem maior percentual do país

A PNAD também revelou a outra ponta do ranking, com dados mais favoráveis. Em síntese, Santa Catarina apresentou o maior percentual de trabalhadores do setor privado com a carteira de trabalho assinada. Inclusive, o estado sulista vem mantendo essa posição há anos.

A saber, 11 UFs tiveram taxas superiores à média nacional. Veja abaixo os maiores percentuais de trabalhadores com carteira assinada no setor privado no terceiro trimestre de 2023:

  • Santa Catarina: 87,8%;
  • Rio Grande do Sul: 82,7%;
  • Paraná: 80,9%;
  • São Paulo: 80,5%;
  • Mato Grosso: 78,7%;
  • Rondônia: 77,6%;
  • Distrito Federal: 77,2%;
  • Rio de Janeiro: 76,9%;
  • Mato Grosso do Sul: 76,9%;
  • Minas Gerais: 75,6%;
  • Espírito Santo: 75,1%.

Os dados citados mostram que as maiores taxas foram observadas na região Sul, que dominou o top três. Em seguida, ficaram UFs do Sudeste e do Centro-Oeste, enquanto os estados do Nordeste e do Norte tiveram os menores percentuais do país, com exceção de Rondônia, cuja taxa se manteve como a sexta maior do país.

Cabe salientar que o mercado de trabalho vem apresentando dados bem fracos neste ano. Em setembro, o Brasil criou 211,76 mil postos formais de trabalho, taxa 23,8% menor que a registrada no mesmo período de 2022.

Com o acréscimo do resultado de setembro, o Brasil passou a registrar um saldo de 44,04 milhões de empregos com carteira assinada. Em suma, o valor superou em 0,5% o saldo observado em agosto (43,83 milhões) e em 3,3% o saldo de setembro de 2022 (42,61 milhões).

Entenda a PNAD Contínua

Segundo o IBGE, a PNAD Contínua acompanha as variações trimestrais e a evolução da força de trabalho no Brasil. A saber, isso acontece em médio e longo prazo através de coleta, em âmbito nacional, de informações necessárias para o estudo do desenvolvimento socioeconômico do país.

Em suma, a implantação da PNAD Contínua aconteceu em outubro de 2011, alcançando o caráter definitivo em janeiro de 2012. A PNAD também divulga informações mensais e anuais, além das trimestrais, sobre força de trabalho no país e desemprego, entre outros pontos.

E os analistas do mercado ficam atentos a esses dados para traçarem possíveis resultados futuros relacionados ao mercado de trabalho brasileiro.