Valores a Receber: mais de R$ 8 bilhões estão esquecidos; veja como resgatar

Valores a Receber: mais de R$ 8 bilhões estão esquecidos; veja como resgatar

Milhares de brasileiros de todas as regiões do país têm valores esquecidos a receber. Veja como resgatar a quantia

Boa parte dos brasileiros não sabe, mas eles podem sacar mais de R$ 8,15 bilhões que estão esquecidos em instituições financeiras neste exato momento. A informação foi confirmada pelo Banco Central (BC) ainda na última sexta-feira (7), com base nos dados de abril.

O relatório em questão aponta que 41,1 milhões de pessoas físicas, além de 3,2 milhões de pessoas jurídicas podem resgatar a quantia que deixaram em instituições financeiras. A maioria deles sequer sabem que têm direito a retirar o saldo.

Estamos falando do dinheiro que pode ter sido esquecido em bancos, consórcios, financeiras, instituições de pagamento e cooperativas, por exemplo. Os motivos do esquecimento, aliás, variam. Em alguns casos, há um fechamento da conta ainda com saldo, além de tarifas que são cobradas de maneira indevida.

Passo a passo para resgatar dinheiro

Mas afinal de contas, como é possível resgatar os valores doo sistema? Abaixo, você pode conferir um passo a passo com este procedimento:

  • Passo 1: Entre no site do SVR na data e no período de saque informado na primeira consulta. Quem esqueceu a data pode repetir o processo;
  • Passo 2: Faça o login com a conta Gov.br (nível prata ou ouro). O BC aconselha que o cidadão não deixe para resgatar o dinheiro no dia que ele cria a conta;
  • Passo 3: Leia e aceite o termo de responsabilidade;
  • Passo 4: Verifique o valor a receber, a instituição que deve devolver o valor e a origem do valor a receber;
  • Passo 5: Clique na opção indicada pelo sistema. São duas: “Solicitar por aqui”: para devolução do valor por Pix em até 12 dias úteis, e “Solicitar via instituição”: a instituição financeira não oferece a devolução por Pix. O usuário deverá entrar em contato pelo telefone ou e-mail informado para acertar o repasse via Transferência Eletrônica Disponível (TED).

Esta não é a primeira vez que o Banco Central abre a possibilidade de resgate do dinheiro esquecido para brasileiros. No ano passado, por exemplo, a instituição abriu duas janelas de consulta, e prometeu que voltaria com uma terceira.

Contudo, o fato é que a greve dos servidores do BC atrasou o procedimento, e a possibilidade de resgate para um terceiro grupo está acontecendo só agora, quase um ano depois da última liberação do saldo.

Valores a Receber: mais de R$ 8 bilhões estão esquecidos; veja como resgatar
Site do Sistema de Valores a Receber. Imagem: Reprodução

Valores a receber

Recentemente, o BC divulgou uma tabela com os valores que as pessoas encontram nesta nova fase de consultas. De acordo com essas informações, a maioria dos indivíduos recebe patamares notadamente baixos.

Segundo o banco, quase 14 milhões de pessoas possuem menos de R$ 1 esquecido em instituições financeiras. Outros 9 milhões possuem valores que variam entre R$1,01 e R$ 10. Eles representam a maioria dos cidadãos que possuem esse direito de resgate.

Ainda de acordo com o BC, apenas pouco mais de mil brasileiros possuem mais de R$ 100 mil esquecidos em instituições financeiras. Outros 863 mil possuem um saldo de mais de R$ 36 mil à espera pelo resgate. Veja na tabela abaixo:

Quantia a receber Beneficiários Percentual
Até R$ 10 32.285.918 63,5%
Entre R$ 10,01 e R$ 100 12.677.795 25,0%
Entre R$ 100,01 e R$ 1.000 4.944.765 9,7%
Acima de R$ 1.001,01 902.006 1,8%

Herdeiros podem receber dinheiro

Vale frisar que o Brasil conta hoje com milhares de processos judiciais que estão tramitando na justiça há mais de 30 anos em tribunais de todo o país. Em alguns casos, o poupador morre sem conseguir receber o saldo. Nestes casos, o dinheiro passa a ser do herdeiro.

“Temos a meta de achar esses herdeiros neste ano. Já temos algumas listas que os bancos nos passam, ainda assim é muito difícil porque as pessoas ficam com receio e acham que é golpe por não saberem que algum parente tinha um processo dessa época”, afirma Ana Carolina Seleme, diretora executiva da Febrapo.

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