Com o desemprego em recordes históricos na pandemia da Covid-19, os estudantes também viram o número de vagas de estágio caírem. Se inserir no mercado de trabalho tem sido mais uma dificuldade para os jovens enfrentarem durante este período.
Um levantamento do Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE) revelou que as vagas de estágio caíram 37,1% entre janeiro e fevereiro de 2021 em comparação com igual período do ano passado. Nos primeiros meses do ano passado, porém, não havia registro de casos da Covid-19 no país.
Mesmo assim, é possível afirmar que foram abertas 26 mil vagas nos dois primeiros meses do ano – a maior quantidade desde o início da pandemia.
O percentual é parecido com a queda de vagas do ano passado, se comparado com 2019. Veja números abaixo:
- 2020 – 191.500 vagas;
- 2019 – 303 mil vagas;
- Comparação entre os anos: – 36,7%
Segunda onda impulsionou resultados sobre vagas de estágio
A segunda onda da Covid-19 teria sido ainda responsável pela queda, de acordo com a instituição. “A gente estava conseguindo ver uma melhora no mercado de estágios de dezembro a janeiro, mas com o recente pico da Covid-19, as empresas começaram a retrair novamente. Tudo tem sintonia com a economia”, disse Mônica Vargas, gerente de operações do CIEE.
No Núcleo Brasileiro de Estágios (Nube) a perspectiva de queda no número de vagas também se repetiu. O número de vagas caiu 8,5% em janeiro; 8% em fevereiro e 7% em março. Os dados são de 2021 em comparação ao mesmo período de 2020.
De acordo com Yolanda Brandão, coordenadora de treinamento da empresa, o total de vagas de estágio ofertadas neste ano ainda devem ser impactadas pela pandemia da Covid-19. Por outro lado, a vacinação em massa poderá mudar este quadro.
“Os jovens são a parcela dos jovens mais vulneráveis. Em abril do ano passado, com o impacto da pandemia no mercado, tivemos uma redução de vagas de quase 90%”, afirmou Yolanda.
A profissional ainda recomendou que os jovens se inscrevam nos processos seletivos que tiveram vagas, mesmo se a contratação for acontecer só no segundo semestre.
“A fila de estudantes é muito maior do que o número de vagas, já que eles estão se lançando cada vez mais cedo no mercado porque os pais estão perdendo o emprego”