A Universidade de São Paulo (USP) é a sétima universidade que mais produz pesquisa no mundo segundo ranking elaborado pelo Centro de Estudos em Ciência e Tecnologia (CWTS, na sigla em inglês) da Universidade de Leiden, na Holanda, e divulgado no dia 8 de julho.
A classificação avalia a pesquisa acadêmica produzida pelas instituições e leva em consideração a produção científica publicada na base de dados multidisciplinar Web of Science, editada pela empresa Clarivate Analytics. Nesta edição, foram ranqueadas 1.176 universidades de 65 países.
A USP, que subiu uma posição em relação ao ano passado, é a única instituição latino-americana a figurar entre as 100 melhores do mundo. As demais universidades brasileiras mais bem avaliadas são a Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp), na 137ª posição; a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), na 178ª; e a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), na 195ª posição.
“Todas as avaliações internacionais têm suas diretrizes e seu viés, e a análise dos resultados deve sempre se atentar a esses fatos. No caso da avaliação de Leiden, a um leitor desatento, pode parecer que a preocupação é exclusivamente quantitativa e, nesse quesito, a USP é uma grande produtora de conhecimento, a sétima do mundo. No entanto, não é somente na quantidade que nossa Universidade se destaca. Tivemos a mesma classificação no impacto científico, portanto, além de quantidade, também temos qualidade. O que me deixou também muito satisfeito como dirigente é a evolução da Universidade em itens muito importantes para o momento que estamos vivendo: o aumento da colaboração científica, o crescimento do número de artigos científicos com livre acesso e o destaque da diversidade de gênero entre os autores dos artigos”, destaca o reitor da USP, Vahan Agopyan.
Diversidade de gênero
Neste ranking, além da classificação geral, foram analisados os indicadores das instituições no período de 2015 a 2018 em quatro vertentes: impacto científico, colaboração (interinstitucional, internacional e com a indústria), artigos publicados na modalidade de acesso aberto e diversidade de gênero (número de autorias masculinas e femininas).
No quesito impacto científico, a USP ficou na sétima posição, à frente de instituições como Johns Hopkins, Stanford, Oxford e Cambridge. Do total de 17.855 artigos publicados no período, 44% estão entre os 50% melhores do mundo em suas respectivas áreas do conhecimento.
Em relação ao item colaboração, que avalia as parcerias interinstitucionais, internacionais e com a indústria para a produção de artigos, a USP aparece na 13ª colocação.
Essa também foi a classificação da Universidade na análise dos artigos publicados na modalidade de acesso aberto, que se refere à disponibilidade e à gratuidade de acesso por qualquer pessoa aos resultados de pesquisas científicas, sendo uma alternativa ao modelo tradicional de publicação que restringe o acesso ao conteúdo por meio de assinaturas pagas.
Outro aspecto avaliado foi o número de artigos publicados por gênero, dimensão na qual a USP ficou na terceira posição, atrás da Universidade de Harvard e da Universidade de Toronto. O indicador analisa o número de mulheres autoras de artigos da universidade e sua proporção em relação ao total de autores.
Para o pró-reitor de Pesquisa, Sylvio Roberto Accioly Canuto, “a USP tem mostrado um crescimento fantástico nos últimos anos. É uma universidade que sozinha produz tanto quanto um país inteiro, equivalente à Argentina ou ao Chile, por exemplo. Esse ranking mostra exatamente o que já vínhamos observando: um crescimento da quantidade e também da qualidade. Mas os esforços devem continuar para aumentar sua visibilidade e impacto, valorizando os trabalhos de qualidade”.
Avaliação das áreas
O ranking elaborado pelo CWTS também avalia o impacto científico, o nível de colaboração, o número de artigos publicados na modalidade de acesso aberto e artigos publicados por gênero em cinco áreas do conhecimento: Ciências Biomédicas e da Saúde, Ciências da Terra e da Vida, Matemática e Ciências da Computação, Ciências Físicas e Engenharia e Ciências Sociais e Humanidades.
Em relação à avaliação do ano passado, as áreas de Ciências Físicas e Engenharia e Ciências Sociais e Humanidades registraram melhora em todos os indicadores. Confira, na tabela a seguir, as posições alcançadas pela USP em cada uma delas. *Informações do Jornal da USP.