O Bolsa Família é um programa de assistência social que tem como objetivo combater a pobreza e a desigualdade no Brasil. Criado em 2003, durante o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o programa busca garantir uma renda mínima para famílias em situação de vulnerabilidade.
O Programa Bolsa Família e a nova Portaria do Ministério do Desenvolvimento Social
Recentemente, surgiu uma polêmica em relação ao programa Bolsa Família, com a alegação de que o governo determinou que apenas 16% dos beneficiários continuariam recebendo o benefício. No entanto, essa informação foi distorcida e não corresponde à verdade.
Uma análise realizada pelo Estadão Verifica constatou que as postagens no TikTok e no Instagram distorceram a nova portaria do Ministério do Desenvolvimento Social sobre as regras de concessão do Bolsa Família.
A determinação é que um município não pode cadastrar novas famílias unipessoais se 16% dos beneficiados naquela cidade já forem de famílias compostas por uma única pessoa. Ou seja, não está previsto um corte no programa, mas sim um limite para a concessão de novos benefícios.
Revisão nos cadastros do Bolsa Família
Uma revisão nos cadastros do Programa Bolsa Família começou a ser feita a partir de março pelo Ministério do Desenvolvimento Social, após a explosão dos benefícios concedidos para as famílias de uma única pessoa durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Especialistas apontam que o programa Auxílio Brasil foi mal desenhado, o que permitiu que famílias começassem a se “dividir” artificialmente para receber mais de um benefício. Esse fenômeno resultou em uma distorção nos dados do Cadastro Único.
Até o mês de julho, foram suspensos os benefícios de 934 mil indivíduos que alegavam viver sozinhos. Houve uma redução de 5,88 milhões para 4,9 milhões de famílias unipessoais, aproximando-se do número que existia antes da pandemia da Covid-19. O cronograma de reavaliação segue até dezembro.
Novas regras para inclusão de Famílias Unipessoais no Bolsa Família
A nova portaria do Ministério do Desenvolvimento Social se baseia em dados estatísticos da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Ela estabelece as seguintes regras:
- Enquanto um município tiver uma taxa igual ou superior a 16% de famílias unipessoais no Bolsa Família, ele fica impedido de inserir novas famílias do mesmo tipo em sua folha de pagamento. Portanto, a portaria não prevê cortes nos benefícios já concedidos.
- Famílias com integrantes em situação de trabalho infantil, com integrantes libertos de situação análoga à escravidão, quilombolas, indígenas e com membros catadores de material reciclável ainda poderão ser incluídas no programa, mesmo que o município onde residam tenha atingido o limite.
- A Secretaria Nacional de Renda e Cidadania (Senarc) poderá estabelecer medidas especiais para municípios que ultrapassarem a regra.
Como lidar com informações desinformativas sobre o Bolsa Família
Em situações polêmicas que tratam sobre decisões do Bolsa Família, é recomendado procurar por reportagens sobre o assunto e a determinação oficial do governo federal a fim de checar as informações trazidas. É comum em conteúdos desinformativos trechos de vídeos incompletos, com legendas exageradas, sem contexto ou sem explicações claras das decisões governamentais.
Ademais, o Programa Bolsa Família é uma importante iniciativa do governo brasileiro para combater a pobreza e a desigualdade no país. A recente polêmica em relação às novas regras de concessão do benefício foi baseada em informações distorcidas.
O objetivo da nova portaria é estabelecer um limite para a concessão de benefícios a famílias unipessoais, visando corrigir distorções no Cadastro Único e garantir que o programa atenda às famílias mais vulneráveis. É fundamental buscar informações confiáveis e oficiais para evitar a propagação de desinformação sobre o Bolsa Família.
VEJA TAMBÉM: Estes NIS serão cortados do Bolsa Família de Setembro. Confira