A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), publicou hoje(08) uma resolução proibindo o uso indiscriminado de determinados produtos cosméticos como injetáveis. Esta medida foi adotada após a constatação de eventos adversos graves associados ao uso incorreto desses produtos.
Contexto da Decisão da ANVISA
A decisão da Anvisa foi motivada pela notificação da Vigilância Sanitária de Goiás sobre ocorrências adversas decorrentes do uso impróprio dos produtos Dermo Bioestimulador e Preenchedor Cosmobeauty e do Fluido Ultraconcentrado Tonificante Cosmobeauty, ambos fabricados pela Bio Essencialli Indústria e Comércio de Cosméticos.
A Resolução da Anvisa
A Resolução – RE 2910/2023 determina a interdição cautelar de todos os lotes desses produtos. Adicionalmente, a Anvisa verificou que a empresa divulgava os produtos para uso injetável, o que é contrário à legislação vigente.
Produto Cosmético versus Produto Injetável
A Anvisa esclarece que, apesar de os produtos serem notificados como cosméticos, não existem cosméticos de aplicação injetável. Para ser considerado injetável, o produto deve estar registrado como medicamento ou produto para saúde.
Como exemplo, o ácido hialurônico injetável para intradermoterapia ou medicina estética deve ser registrado como produto para saúde.
Proibições Anteriores
No ano anterior, a Anvisa publicou duas proibições de produtos por motivos semelhantes. A Resolução – RE 2603, de 10 de agosto de 2022 proibiu a comercialização de dez produtos da Biodomani Indústria e Comércio. Já a Resolução – RE 3.274, de 30 de setembro de 2022 proibiu a comercialização de três produtos da Biometik Indústria e Comércio de Cosméticos.
Orientações para Profissionais de Saúde e Consumidores
A Anvisa orienta profissionais de saúde a ficarem atentos aos produtos adquiridos e verificar se eles são autorizados para o uso que será feito. É importante confirmar a procedência do produto no rótulo e a regularidade junto à Anvisa, o que pode ser verificado no portal da Agência.
Os consumidores também são aconselhados a verificar os produtos que serão utilizados antes de se submeterem a qualquer procedimento. Produtos com declaração de “Uso Externo” não podem ser utilizados como injetáveis.
Informações Complementares da ANVISA
Produtos cosméticos possuem na sua rotulagem o número do processo de regularização do produto e o número da Autorização de Funcionamento de Empresa (AFE) do titular da regularização do produto na Anvisa.
Além disso, produtos regularizados como cosméticos e com descrição de “Uso Externo” na rotulagem não podem ser injetados em nenhuma parte do corpo, pois não foram desenvolvidos para essa finalidade.
A Anvisa, ao adotar medidas preventivas de fiscalização, busca garantir a segurança e a qualidade dos produtos disponíveis no mercado. A ação da Agência reforça a importância de se respeitar as indicações de uso dos produtos, evitando, assim, riscos à saúde dos consumidores.
Investigação Sobre Casos de Reações Negativas a Produtos para Aumentar Bumbum
?A Policia Civil de Goiás está conduzindo investigações em relação a dois incidentes envolvendo reações adversas a um produto estético utilizado para aumentar bumbum. Os incidentes ocorreram em uma clínica em Goiânia e estão sendo tratados com seriedade, dada a gravidade dos efeitos colaterais relatados pelas vítimas.
Primeira Vítima: Betânia Lima Guarda
A primeira vítima, Betânia Lima Guarda, de 29 anos, passou por um procedimento para aumentar bumbum em uma clínica estética de Goiânia. Infelizmente, ela acabou sendo internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) após o procedimento, devido a complicações de saúde.
Descrição do Caso
Betânia começou a apresentar sintomas de embolia pulmonar, seguida de uma hemorragia no pulmão. O produto aplicado em Betânia era o Dermo Bioestimulador e Preenchedor Cosmobeauty.
Segunda Vítima: Anônima
A segunda vítima é uma mulher de 41 anos que também realizou o mesmo procedimento para aumentar bumbum na mesma semana que Betânia. Ela apresentou sintomas semelhantes aos de Betânia, mas teve uma recuperação mais rápida e já está se recuperando em casa.
Investigação em Andamento
A delegada responsável pelo caso, Emília Podestá, explicou em entrevista ao Metrópoles que a investigação inicial focava na possibilidade de negligência por parte da esteticista que aplicou o bioestimulador em Betânia.
Suspeitas Iniciais
As suspeitas iniciais eram de que a esteticista poderia ter cometido um erro durante a aplicação do produto. No entanto, a descoberta da segunda vítima, que usou o mesmo produto em Aparecida de Goiânia, mudou o rumo da investigação.
Amostras do Produto
As esteticistas que realizaram os procedimentos forneceram amostras do bioestimulador à Polícia Civil. As amostras foram enviadas ao Instituto de Criminalística de Goiânia para análise a fim de determinar se há algum problema com a composição do produto.
Inconsistências na Informação do Produto
Durante a investigação, a Polícia Civil descobriu inconsistências nas informações fornecidas pelo fabricante do produto. Segundo a delegada Podestá, o número do lote na caixa do produto não correspondia ao número do produto em si. Além disso, descobriu-se que o produto estava sendo comercializado apesar de uma ordem de recolhimento emitida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).