Após a confirmação dos primeiros casos da covid-19 no Brasil em meados de março de 2020, as aulas presenciais foram suspensas em todos os estados. Essa foi uma das primeiras medidas tomadas pelos países diante da pandemia. No entanto, mais de um ano depois, a maioria dos estados brasileiros seguem com as escolas fechadas. O Brasil é um dos países que manteve as escolas fechadas por mais tempo.
Em 18 estados as aulas continuam apenas de maneira remota, os demais seguem com o ensino híbrido, mesclando aulas presenciais e remotas. Esse cenário de fechamento das escolas por um longo período tem sido fonte de preocupação entre profissionais da educação, especialistas e organizações. Uma das principais preocupações é o aumento do índice de evasão escolar no país.
Unicef alerta para risco da evasão escolar
De acordo com Florence Bauer, representante do Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) no Brasil, o longo período fora das escolas “tem um impacto muito profundo para as crianças e adolescentes”. Com base em dados da PNAD de 2020, Bauer chama atenção para o número de crianças e adolescentes fora da escola.
“Antes da pandemia, 1,3 milhão de crianças e adolescentes em idade escolar já estavam fora da escola no Brasil. Com a pandemia, os dados mostram uma evasão de aproximadamente 4 milhões de meninos e meninas, ou seja, um total de mais 5 milhões de crianças e adolescentes desvinculados da escola, que não estão participando de maneira regular”, afirma.
Nesse sentido, Bauer alerta para o risco dessas crianças e adolescentes não retornarem às escolas quando estas forem reabertas. O trabalho infantil seria um dos fatores de afastamento desses estudantes das escolas. De acordo com a representante do Unicef, o fechamento das escolas pode implicar em vinte anos de retrocesso na educação brasileira: “Isso está nos levando para trás. Já calculamos que isso nos fez regredir duas décadas em número de crianças e adolescentes desvinculados da escola”.
Por isso e por outras questões, o Unicef chama atenção para a necessidade de tratar a educação como essencial e as aulas presenciais como sendo fundamentais para o desenvolvimento dos alunos e para mantê-los na escola.
Fonte: RFI.
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