Um em cada quatro brasileiros já fez uma aposta esportiva em app
Dado de pesquisa mostra popularidade de plataformas de apostas principalmente entre homens jovens e de baixa renda
A popularidade dos sites e aplicativos de apostas esportivas no Brasil é enorme e praticamente todos os clubes de futebol do País são patrocinados por alguma plataforma. Para saber qual é o tamanho desse mercado hoje no Brasil, a pesquisa Panorama Mobile Time/Opinion Box decidiu medir a popularidade dos apps de aposta no universo de brasileiros que possuem smartphone.
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Até o momento, um em cada quatro brasileiros com smartphone (25%) já apostou dinheiro em um app de apostas esportivas. Os apps e sites de apostas mais populares atualmente no Brasil são Bet365, Betano, Blaze, Pixbet e Sportingbet, nesta ordem, segundo a pesquisa.
Interessante notar que 60% dos apostadores reconhecem que perderam mais dinheiro do que ganharam nesses apps. Quase um quarto afirmam que ganharam mais do que perderam, enquanto 17% dizem que, no fim das contas, ficaram empatados, ou seja, nem ganharam, nem perderam dinheiro.
Enquanto 66% das apostadoras mulheres reconhecem as perdas; a proporção é de 57% entre os homens. Na comparação por classe social, 52% dos jogadores das classes A e B dizem que perderam mais do que ganharam, ante 57% da classe C e 65%, das classes D e E.
O perfil de quem aposta
O perfil médio do apostador é homem, jovem e de baixa renda. Entre os homens, 33% já apostaram dinheiro nesses apps. A proporção cai para 18% entre as mulheres. Na análise por faixa etária, o percentual é de 36% no grupo de 16 a 29 anos. A proporção cai para 24% entre aqueles de 30 a 49 anos, e desce para 14% no grupo com 50 anos ou mais.
Nas classes A e B, 22% dos usuários com smartphone já apostaram dinheiro nesses apps. O percentual é quase o mesmo na classe C: 21%. Mas sobe para 30% entre brasileiros das classes D e E. Ou seja, justamente quem tem mais a perder são os que mais experimentaram esses apps.
Febre que virou caso de polícia
O Brasil vive uma febre de apps de apostas esportivas. Desde que foram legalizados, mas ainda carentes de regulamentação, esses aplicativos conquistaram popularidade e receita rapidamente, a ponto de hoje patrocinarem a maioria dos clubes da elite do futebol brasileiro, estamparem suas marcas nos estádios e estrelarem comerciais em horário nobre nos principais canais de TV aberta e fechada.
O sucesso é tão grande que vem transformando a maneira como o brasileiro acompanha partidas de futebol – os apostadores se preocupam mais em acertar quem vai levar um cartão amarelo ou a quantidade de escanteios do que comemorar os gols do seu time.
Ao mesmo tempo, como efeito colateral, surgiram quadrilhas especializadas em subornar jogadores para manipular as partidas, prática criminosa que está sendo investigada pela polícia.
A Operação Penalidade Máxima, tocada pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO), encontrou ao menos 16 pessoas envolvidas em um esquema de fraude em que jogadores estariam forçando situações dentro de campo para manipular resultados. A intenção é cumprir requisitos de apostas, como tomar cartão amarelo, e receber o prêmio.
Uma pesquisa do Instituto Paraná, divulgada recentemente, aponta que 55% dos entrevistados concordam com a ideia do Governo Federal de regular e taxar as empresas. A pesquisa revela ainda que outros 27,9% não querem que o poder executivo comece a taxar as empresas de sites de apostas esportivas, ou seja, eles querem que o sistema de cobrança permaneça do jeito que está agora. Outros 16,9% não souberam ou não quiseram opinar sobre o assunto da pesquisa.
Metodologia da pesquisa
A Panorama Mobile Time/Opinion Box – Uso de apps no Brasil é uma pesquisa independente realizada por uma parceria entre o site de notícias Mobile Time e a empresa de soluções em pesquisas Opinion Box. A margem de erro é de 2,1 pontos percentuais. O grau de confiança é de 95%.
O questionário foi elaborado por Mobile Time e aplicado on-line entre 12 e 24 de abril de 2023 por Opinion Box junto a 2.069 brasileiros com 16 anos ou mais que acessam a Internet e possuem smartphone, respeitando as proporções de gênero, idade, faixa de renda e distribuição geográfica desse grupo.