O índice de atividades turísticas do Brasil encolheu 0,1% em abril deste ano, em comparação com o mês anterior. Esse foi o terceiro resultado negativo consecutivo do turismo brasileiro, período em que acumulou uma queda de 1,6%. Aliás, a taxa negativa ficou mais intensa por causa do resultado de fevereiro, cuja queda foi a mais forte do período.
Com o acréscimo destes resultados, o índice de atividades turísticas reduziu a distância em relação ao nível de fevereiro de 2020, último mês antes da decretação da pandemia da covid-19. Em abril, o segmento de turismo ficou 0,7% acima do patamar pré-pandemia.
Por falar na crise sanitária, o setor turístico sofreu fortes perdas nos últimos anos, e não só o nacional. Em suma, a crise sanitária afundou o turismo em todo o mundo porque houve restrições às viagens e incentivo ao distanciamento social, medidas que visavam evitar a disseminação do coronavírus.
Em 2022, o índice de atividades turísticas do Brasil registrou um crescimento significativo de 29,9% em relação a 2021. O desempenho surpreendeu os analistas e foi impulsionado, principalmente, pelo resultado de dezembro.
A melhora do quadro sanitário e o fim das restrições fortaleceram a busca dos consumidores por viagens e pacotes turísticos em todo o país. Inclusive, o indicador de turismo teve um crescimento de 4,1% no último mês de 2022, em relação a novembro.
Em janeiro deste ano, o índice teve um leve crescimento, apesar da forte base comparativa, indicando resiliência do setor. No entanto, entre fevereiro e abril, as taxas foram apenas negativas, mas ainda não há tendência de queda, uma vez que os resultados estão bastante tímidos, próximos da estabilidade.
Atividades turísticas superam nível pré-pandemia
Com o acréscimo do resultado de abril, o índice de atividades turísticas passou a ficar 0,7% acima do patamar de fevereiro de 2020, último mês antes da decretação da pandemia da covid-19.
Em síntese, o índice já havia eliminado todas as perdas provocadas pela crise sanitária em dezembro de 2022, e permanece acima dessa marca em 2023, apesar da diminuição da distância entre as taxas nos últimos meses.
Vale destacar que abril é apenas o quinto mês de resultado positivo em relação ao nível pré-pandemia. Em outras palavras, o turismo brasileiro seguiu abaixo do patamar observado antes da decretação da crise sanitária, entre fevereiro de 2020 e novembro de 2022, mas conseguiu superar essa marca em dezembro do ano passado, e vem se mantendo acima dela desde então.
Embora tenha eliminado todas as perdas acumuladas na pandemia, o índice de atividades turísticas continua distante do patamar mais alto já observado na série. Em suma, o indicador está 6,7% abaixo do ponto mais alto já registrado, alcançado em fevereiro de 2014. Em fevereiro, a distância era de 5,2%, e, em março, de 5,9%.
Todos esses dados fazem parte da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e divulgada nesta semana.
Turismo cresce em relação a abril de 2022
De acordo com o IBGE, o índice de atividades turísticas teve uma leve queda na base mensal, mas o resultado anual ficou positivo. Em resumo, o turismo brasileiro cresceu 1,6% em relação a abril de 2022, 25ª taxa positiva consecutiva.
A saber, o crescimento anual vem ocorrendo desde abril de 2021, justamente devido à fraca base comparativa. Isso porque a pandemia foi decretada em março de 2020 e, a partir de então, derrubou os dados não só do turismo mundial, mas também do nacional.
Como a pandemia afetou diretamente o índice de atividades turísticas, todos os dados se enfraqueceram, principalmente a partir de abril 2020. Dessa forma, o indicador passou a registrar avanços significativos em relação ao mesmo período do ano anterior em 2021, e vem mantendo essas taxas positivas até hoje.
No entanto, isso não deverá acontecer de maneira recorrente em 2023, visto que a base comparativa se fortaleceu nos últimos tempos. Aliás, o ano de 2022 ficou marcado pela recuperação do turismo nacional e mundial, e o crescimento tímido de abril reflete essa expectativa. Os analistas projetam crescimento do turismo brasileiro neste ano, mas sem discrepância em relação ao ano passado.
Em relação a abril de 2022, o índice de atividades turísticas cresceu em cinco dos 12 locais pesquisados pelo IBGE. A alta mais importante veio de São Paulo (3,6%), seguido por Minas Gerais (10,1%), Paraná (3,6%) e Rio Grande do Sul (1,1%).
Por outro lado, o impacto negativo mais intenso veio do Distrito Federal (-10,0%), seguido por Pernambuco (-7,4%), Goiás (-4,4%) e Rio de Janeiro (-0,5%).
Os dados do IBGE se referem apenas a 12 Unidades da Federação (UFs), que são: Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo.