A partir do próximo sábado (1), motoristas de todo o Brasil deverão perceber um aumento no preço médio do litro da gasolina e do etanol. Segundo informações do Ministério da Fazenda, a partir do dia 1º de julho, o Governo Federal vai colocar em prática mais uma rodada do processo de reoneração destes combustíveis.
Com a medida, a tendência natural é que o preço na bomba seja elevado a ponto de anular os efeitos da redução da gasolina que foi anunciada recentemente pela Petrobras. Segundo as informações oficiais, gasolina e etanol deverão ser elevados, ambos em R$ 0,22 cada, a partir do próximo sábado (1) em todo o território nacional.
Mas afinal de contas, o que é reoneração, e como esta prática está impactando os preços da gasolina no Brasil? A reoneração nada mais é do que o sistema de cobrança de impostos que oneram o preço do combustível, fazendo com que eles fiquem mais caros para o consumidor final, assim como ocorre em qualquer procedimento de aumento de impostos.
No ano passado, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) optou por desonerar o preço da gasolina, do etanol e do diesel, sobretudo no segundo semestre do ano passado.
Ponto positivo: com a medida, o Governo do ex-presidente conseguiu reduzir os preços destes combustíveis para o consumidor final.
Ponto negativo: analistas acreditam que a medida é nociva para as contas públicas, já que faz o governo arrecadar menos impostos, e consequentemente tenha menos dinheiro para cumprir as obrigações.
Em 2023, o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decidiu manter a política de desoneração, mas apenas até fevereiro. Logo depois, os impostos voltaram a incidir sobre o preço final, de maneira escalonada. O primeiro aumento foi repassado ao consumidor final em março, e o segundo será repassado em julho.
Ponto positivo: Economistas dizem que a medida é positiva para economia porque ajuda a equilibrar as contas públicas, já que o governo precisa arrecadar mais para cumprir as suas metas fiscais.
Ponto negativo: Escalonado ou não, o fato é que a reoneração atinge diretamente o bolso do consumidor final. Assim, as pessoas passam a ter que pagar um valor mais alto para conseguir abastecer.
Como dito, no ano passado, o ex-presidente Jair Bolsonaro decidiu desonerar a cobrança da gasolina, do etanol e do diesel. Em 2023, Lula decidiu reonerar a gasolina e o etanol. O Diesel, no entanto, segue seu processo de desoneração, assim como no ano passado.
Membros do Governo Federal avaliam que aumentar o Diesel é arriscado porque o movimento pode atingir os caminhoneiros, e há um temor de realização de greves por esta categoria, como o movimento que ocorreu no ano de 2018.
De todo modo, a reoneração do Diesel pelo governo Lula está marcada para o próximo ano, e há uma chance de antecipação. Para bancar a MP do barateamento do carro popular, o Governo avalia começar a reonerar este combustível já a partir do mês de setembro.
Em entrevistas recentes, o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT) vem dizendo que a Petrobras vai aplicar mais uma redução nos preços da gasolina e do etanol este ano.
“Com o aumento (de tributos) previsto para 1º de julho, vai ser absorvido pela queda do preço deixada para esse dia. Nós não baixamos tudo o que podíamos. Justamente esperando o 1º de julho, quando acaba o imposto de exportação e acaba o ciclo de reoneração”, declarou, ele na ocasião.
A Petrobras, no entanto, ainda não confirmou nada oficialmente sobre a redução da gasolina.
“A Petrobras não antecipa decisões de reajustes e reforça que não há nenhuma decisão tomada por seu Grupo Executivo de Mercado e Preços (GEMP) que ainda não tenha sido anunciada ao mercado”, informou a empresa, em 17 de maio.