Novos medicamentos foram incorporados ao Sistema Único de Saúde (SUS) para o tratamento da Psoríase.
A doença autoimune atinge cerca de 100 milhões de pessoas no mundo, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS). No Brasil, 2% da população sofre com esta condição, de acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).
A psoríase é desencadeada por uma reação imunológica exagerada, visto que o sistema imunológico acaba interpretando as células dermatológicas saudáveis do paciente como invasores prejudiciais, levando à proliferação de anticorpos que aceleram o processo de troca da pele.
Diante desta reação surgem na pele lesões arredondadas, vermelhas e descamativas, que podem coçar, arder e até doer.
Essas lesões são mais frequentes em determinadas regiões do corpo como por exemplo, no couro cabeludo, atrás da orelhas, sobrancelhas, joelhos, cotovelos, mãos e pés.
Apesar de não ser contagiosa, essa condição inflamatória ainda é vista com muito preconceito por parte da sociedade, o que faz os portadores sofrerem, inclusive, transtornos psicológicos.
Ainda de acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), um estudo realizado pelo laboratório Janssen aponta que portadores de psoríase apresentam maior risco de desenvolver problemas emocionais. Dentre eles, 39% têm ansiedade , 26% depressão e 17% alcoolismo.
Tratamento da Psoríase
Por ser uma doença autoimune, a psoríase ainda não tem cura, porém, pode ser controlada, a fim de garantir uma melhor qualidade de vida aos seus portadores.
No Brasil, o SUS oferece tratamento dermatológico para a condição. Medicações e até terapias fazem parte da abordagem.
O tipo de tratamento depende muito do grau da psoríase, podendo ser abordada com fármacos de uso tópico, fototerapia com radiação UVA, além de outros cuidados que envolvem as especialidades cardiovasculares, metabólicas e psicológicas.
Os fármacos disponibilizados pelo SUS, têm como objetivo controlar os sintomas da Psoríase, inibindo as inflamações da pele.
Os mais utilizados são:
- Adalimumabe (Abbvie): Age contra um conjunto de moléculas inflamatórias chamadas de TNF.
- Secuquinumabe (Novartis): Bloqueia a interleucina 17, que é responsável pela inflamação do organismo.
- Ustequinumabe (Janssen): Age neutralizando as partículas de interleucinas 12 e 23, que também levam à inflamação sistêmica.
- Etanercepte (Wyeth): Assim como o Adalimumabe, também bloqueia o TNF. Geralmente é mais usado em crianças.
- Risanquizumabe (Skyrizi): Injeção subcutânea que bloqueia a proteína que causa inflamação.
Outros medicamentos também são ofertados pelo Sistema para o tratamento da psoríase, como o ciclosporina, metotrexato, acitretina, calcipotriol, clobetasol e dexametasona .
Existe prevenção para Psoríase?
Assim como não há cura, também não existe um método específico para prevenção, já que o motivo para esta reação exagerada do sistema imunológico contra o próprio organismo ainda não foi identificado.
Apesar disso, especialistas alertam para possíveis gatilhos em quem possui pré-disposição genética, entre eles:
- Estresse
- Traumas
- Infecções
- Consumo de álcool e cigarro
- Anti-inflamatórios
Os picos da doença são recorrentes em pessoas de 20 a 30 anos, seguidas da de 50 a 60 anos. Já o público infantil representa 15% dos portadores de psoríase.
Diante desta realidade, o mais indicado é buscar sempre uma avaliação médica ao notar qualquer anormalidade na pele. Muitas pessoas, inclusive, confundem a condição com uma dermatite comum, entretanto, apenas com diagnóstico médico que a diferença poderá ser confirmada, a fim de iniciar o tratamento o quanto antes.