Recentemente, o Ministério do Trabalho e Previdência informou que o Brasil criou 157,19 mil empregos formais em junho deste ano. Os dados fazem parte do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), que informa a quantidade de contratações e demissões realizadas no país em cada mês.
Na comparação com o mesmo mês de 2022, o saldo de empregos formais gerados no país foi 45% menor. Isso porque, em junho do ano passado, o país criou 285 mil postos de trabalho, número bem maior que o de junho deste ano.
De todo modo, o resultado nacional no sexto mês deste ano foi impulsionado por dados positivos registrados em 24 das 27 unidades federativas (UFs), que fecharam o mês com mais postos formais de trabalho abertos do que fechados.
São Paulo lidera ranking nacional
Em síntese, o estado de São Paulo continuou na liderança nacional, respondendo por 23,2% dos empregos formais criados no país no sexto mês de 2023.
Na verdade, o estado ocupa a primeira posição em praticamente todos os meses do ano, visto que é o estado com a maior concentração populacional do país, além de ser a maior economia estadual brasileira.
Contudo, o destaque foi o forte recuo mensal dos números do estado paulista, que havia respondido por 32,3% dos trabalhos com carteira assinada criados em maio.
Confira abaixo os saldos de postos de trabalho criados em junho:
Unidade Federativa | Saldo |
São Paulo | 36.418 vagas |
Minas Gerais | 25.537 vagas |
Rio de Janeiro | 13.490 vagas |
Mato Grosso | 10.683 vagas |
Bahia | 8.319 vagas |
Paraná | 7.899 vagas |
Pará | 6.852 vagas |
Ceará | 6.571 vagas |
Pernambuco | 5.327 vagas |
Goiás | 5.091 vagas |
Maranhão | 4.889 vagas |
Piauí | 4.170 vagas |
Mato Grosso do Sul | 3.030 vagas |
Distrito Federal | 2.743 vagas |
Rio Grande do Norte | 2.474 vagas |
Amazonas | 2.181 vagas |
Rondônia | 2.050 vagas |
Santa Catarina | 1.899 vagas |
Tocantins | 1.624 vagas |
Alagoas | 1.465 vagas |
Acre | 1.018 vagas |
Espírito Santo | 636 vagas |
Sergipe | 632 vagas |
Amapá | 501 vagas |
Roraima | -121 vagas |
Rio Grande do Sul | -211 vagas |
Paraíba | -223 vagas |
O top três nacional foi formado apenas por estados da região Sudeste, assim como ocorreu em maio. Na comparação mensal, os números caíram em São Paulo (-13.694 vagas) e em Minas Gerais (-1.089 vagas), mas cresceram no Rio de Janeiro (1.072 vagas).
Veja mais detalhes dos dados do Caged
Também vale destacar os estados que tiveram os maiores aumentos de postos de trabalho formais criados entre maio e junho. Em síntese, as maiores altas nominais foram registradas em Mato Grosso (7.333 vagas), Pernambuco (4.863 vagas), Ceará (3.136 vagas) e Maranhão (2.477 vagas).
Além disso, os dados do Caged também revelaram que outros 2.254 postos de trabalho foram abertos no mês, mas o levantamento não identificou em quais UFs estas admissões aconteceram.
Na parte de baixo da tabela, três estados registraram fechamento de vagas de emprego formais em junho: Paraíba, Rio Grande do Sul e Roraima. Em maio, isso havia acontecido com quatro estados: Alagoas, Rio Grande do Sul, Roraima e Sergipe.
Número de postos de trabalho criados em 2023
De acordo com os dados do Caged, quase todas UFs conseguiram registrar um saldo positivo no primeiro trimestre de 2023. No período, o Brasil criou 1,023 milhão de empregos, número 26,3% menor que o observado no mesmo período de 2022, quando o país criou 1,38 milhão de postos de trabalho.
Confira as UFs que tiveram os maiores saldos de postos de trabalho criados no período:
- São Paulo: 276,8 mil;
- Minas Gerais: 144,3 mil;
- Rio de Janeiro: 74,4 mil;
- Paraná: 70,9 mil;
- Santa Catarina: 61,5 mil;
- Goiás: 58,6 mil;
- Rio Grande do Sul: 53,3 mil;
- Bahia: 50,9 mil.
Por outro lado, os dados mais fracos vieram de Amapá (1.579), Sergipe (2.227), Acre (2.426), Roraima (3.034), Pernambuco (4.998) e Rio Grande do Norte (5.969).
Por sua vez, Alagoas (-8.578) e Paraíba (-3.169) foram os únicos estados a registrarem fechamento de vagas no acumulado do primeiro semestre de 2023.
Trabalhador ganhou mais em junho
Os dados do Caged também mostraram que o trabalhador brasileiro ganhou mais em junho deste ano. A saber, o salário médio de admissão era de R$ 2.002,57 em maio, mas o valor subiu 0,6% em junho, para R$ 2.015,04. Em valores reais, o trabalhador recebeu R$ 12,47 a mais que em maio.
Da mesma forma, o salário ficou 1,7% maior que o observado em junho de 2022 (R$ 1.980,44). Isso quer dizer que os trabalhadores formais do Brasil receberam R$ 34,60 a mais que há um ano, ou seja, a diferença pode ter sido notada por algumas pessoas.
Ao considerar o salário médio real de desligamento, o valor seguiu a mesma tendência. Em suma, os trabalhadores demitidos no sexto mês deste ano ganharam, em média, R$ 2.145,37. Esse valor ficou 3,1% maior que o de maio (R$ 2.080,90) e 3,9% superior ao de junho de 2022 (R$ 2.064,13).
Vale ressaltar que os dados do Caged consideram apenas os trabalhadores com carteira assinada. Em outras palavras, o levantamento não inclui os trabalhadores informais do país, que representam uma grande parcela da força de trabalho do país.
Na verdade, o Caged faz apenas um recorte do mercado de trabalho brasileiro. Por isso, estes dados apresentados pelo Ministério do Trabalho e Previdência não são comparáveis às informações levantadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), através da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Continua (PNAD) Contínua, que mostra a taxa real de desemprego do país.