O índice de desemprego no Brasil caiu para 14,1% no segundo trimestre de 2021, entretanto, 14,4 milhões de pessoas ainda estão desempregadas no país. A pesquisa foi divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira (31).
A redução de 0,6 pontos percentuais em relação ao primeiro trimestre do ano foi influenciada pelo aumento no número de pessoas ocupadas. O número de pessoas em idade para trabalhar no país avançou 2,5%. Apesar do avanço, menos da metade da população brasileira em idade para trabalhar está ocupada no Brasil.
“O crescimento da ocupação ocorreu em várias formas de trabalho. Até então vínhamos observando aumentos no trabalho por conta própria e no emprego sem carteira assinada, mas pouca movimentação do emprego com carteira. No segundo trimestre, porém, houve um movimento positivo, com crescimento de 618 mil pessoas a mais no contingente de empregados com carteira”, explicou a analista da pesquisa, Adriana Beringuy.
Um dos principais destaques da pesquisa foi o trabalho por conta própria, que atingiu 24,8 milhões de pessoas no período. Desse modo, houve um crescimento de 4,2% em relação ao trimestre anterior.
Adriana Beringuy, analista da pesquisa afirma que o aumento da ocupação e o recuo no desemprego no Brasil no segundo trimestre do no foi ocasionado principalmente por atividades relacionadas a alojamento e alimentação (9,1%), construção (5,7%), serviços domésticos (4,0%) e agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (3,8%).
“Alojamento e alimentação, que inclui restaurantes e hotéis, avançaram 7,7% na comparação anual, primeiro crescimento depois de quatro trimestres de quedas. Esse avanço, porém, não faz a atividade voltar ao patamar pré-pandemia, mas é um movimento de leve recuperação, depois de registrar a segunda maior perda de trabalhadores em 2020, atrás do serviço doméstico”, afirmou a analista da pesquisa.
Além disso, a PNAD constatou que houve uma redução de 6,5% no número de desalentados, ou seja, pessoas que desistiram de procurar emprego por conta das condições estruturais do mercado.
Segundo o IBGE, o desemprego refere-se a pessoas com idade para trabalhar (acima de 14 anos), que estão disponíveis e tentando encontrar emprego, mas não estão trabalhando no momento.
Apesar disso, algumas pessoas que não possuem emprego no momento, não podem ser consideradas desempregadas. Alguns exemplos disso são universitários que dedicam seu tempo somente aos estudos, donas de casa que não trabalham fora e empreendedores que possuem seu próprio negócio.
O IBGE ainda explica que os benefícios de programas sociais não possuem correlação com desocupação ou ocupação. Portanto, os beneficiários podem ser classificados como parte da força de trabalho ou estarem fora dela.
A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) é o principal meio de monitoramento da força de trabalho e analisa a taxa de desemprego no país. De acordo com o IBGE, desde março de 2020 a pesquisa estava sendo realizada em formato remoto por conta da pandemia, contudo, a partir de julho de 2021 o levantamento deixou de ocorrer de maneira exclusivamente remota e passou a ser feito também presencialmente.