Interrompido desde meados de abril, o Sistema Valores a Receber (SVR) ainda tem R$ 4,6 bilhões esquecidos em instituições financeiras para serem devolvidos, divulgou hoje (8), em Brasília, o Banco Central do Brasil (BCB).
SVR: Banco Central pretende reabrir o Sistema Valores a Receber
Desse total, estão destinados R$ 3,6 bilhões a 32 milhões de pessoas físicas e R$ 1 bilhão a 2 milhões de empresas, de acordo com a Agência Brasil. O Banco Central do Brasil (BCB) também anunciou que voltará a receber os dados das instituições em janeiro. A data de reabertura das consultas ao SVR ainda não está definida.
Valores
As instituições repassarão ao Banco Central do Brasil (BCB) três tipos de valores esquecidos por correntistas:
- contas de pagamento pré-paga e pós-paga encerradas com saldo disponível;
- contas de registro mantidas por sociedades corretoras de títulos e valores mobiliários e por sociedades distribuidoras de títulos e valores mobiliários para registro de operações de clientes encerradas com saldo disponível; e
- outras situações que ensejam valores a devolver reconhecidas pelas instituições.
Novidades
Segundo o Banco Central do Brasil (BCB), os dados recebidos das instituições financeiras serão processados e oferecidos aos correntistas assim que o SVR for reaberto. O órgão informou que também trabalha em melhorias no sistema, como a inclusão de novos tipos de valores e o saque por herdeiros e representantes legais de falecidos.
Termo de responsabilidade
Assim que o sistema for reaberto, informou o Banco Central do Brasil (BCB), herdeiros, testamentários, inventariantes ou representantes legais da pessoa falecida poderão consultar a existência de valores esquecidos e receberem instruções sobre como resgatar o dinheiro. Eles terão de aceitar um termo de responsabilidade antes de fazer a consulta.
A abertura do SVR a pessoas falecidas chegou a ser anunciada pelo Banco Central do Brasil (BCB) no início do ano, mas foi paralisada por causa da greve no órgão, que durou de abril a julho. Outra novidade será a adoção de uma fila de espera virtual para acessar o SVR. A ferramenta substituirá a lógica de acesso programado (com dia e hora definidos) que vigorou na primeira versão do sistema.
Valor total
Atualmente, os valores esquecidos no sistema financeiro estão distribuídos nas seguintes faixas: 23,58 milhões de correntistas (68%) até R$ 10; 7,94 milhões (23%) entre R$ 10,01 e R$ 100; 2,86 milhões (8%) de R$ 100,01 e R$ 1 mil; e 476,5 mil (1%) acima de R$ 1 mil. Com o reenvio dos dados pelas instituições financeiras, o estoque de R$ 4,6 bilhões a serem devolvidos pode aumentar.
A devolução de valores esquecidos ocorreu de fevereiro a abril deste ano. Nesse período, informou o Banco Central do Brasil (BCB), as instituições devolveram R$ 2,36 bilhões para 7,2 milhões de pessoas físicas e 300 mil pessoas jurídicas, informa a Agência Brasil.
Desse total, R$ 321 milhões foram devolvidos via PIX a 3,7 milhões de beneficiários que clicaram diretamente no sistema para pedir os valores. O restante foi devolvido por meio de contato do beneficiário com a instituição (telefone, e-mail, ida à agência ou outros canais de atendimento).
Processo de reabertura do SRV foi interrompido
Inicialmente, estava prevista uma segunda fase de consultas e saques no SVR para maio. Essa etapa incluiria mais fontes de recursos esquecidos, como cobranças indevidas de tarifas ou obrigações de crédito não previstas em termo de compromisso, contas de pagamento pré-paga e pós-paga encerradas e contas encerradas em corretoras e distribuidoras.
No entanto, o processo foi interrompido por causa da greve dos servidores do Banco Central do Brasil (BCB), que durou três meses e paralisou o desenvolvimento de projetos dentro do órgão, segundo informações da Agência Brasil.