A prefeitura de São Paulo voltou atrás sobre o plano de testagem destinado a professores, estudantes e profissionais da educação do município. Durante a disputa eleitoral, o prefeito Bruno Covas prometeu realizar 777 mil testes de Covid-19 antes da volta às aulas.
Esse número prometido significaria testes para toda a comunidade escolar da cidade. Entretanto, o cronograma sofreu uma interrupção no último mês de dezembro. De acordo com as estimativas, atingiu-se somente 17,7% da meta, ou 137.589 pessoas.
A promessa feita por Covas aconteceu no dia 25 de setembro do ano passado, dez dias após o início de sua campanha para a reeleição. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, nem mesmo os 181 mil testes da primeira etapa chegaram à conclusão.
Na primeira fase [de 1º a 10 de outubro] (…) foram 136.011 pessoas testadas. Em 11 de novembro, teve início a segunda fase (…) com a testagem de 1.578 pessoas: 247 crianças e 1.331 professores e apoiadores, afirma a Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo
A saber, há uma greve de professores em curso por conta da volta das aulas na rede municipal, ocorrida na última segunda-feira (15). Nesse sentido, apenas 882 das 1.400 unidades seguem funcionando sem problemas.
Em 580 não há equipes de limpeza, ademais, outras 62 escolas se encontram em reforma, segundo informações do Sinesp.
A justificativa da secretaria é de que “seu calendário de retorno às aulas” precisou passar por uma readequação.
“Assim, a ação se encerrou em dezembro, pois, com o plano de retomada das aulas a partir de fevereiro de 2021, as ações voltaram-se aos protocolos de biossegurança nas escolas” e “identificação e atendimento dos casos de sintomáticos respiratórios”, diz a declaração oficial da pasta.
O que Covas prometeu
Bruno Covas fez essa promessa relativa à testagem em coletiva sobre a pandemia no dia 25 de setembro de 2020. Ao seu lado, estava o governador João Doria (PSDB) no Palácio dos Bandeirantes (vídeo acima).
O objetivo era realizar um censo sorológico em toda rede municipal de ensino para avaliar a hora de retomar as aulas presenciais na capital: 777 mil estudantes, funcionários e professores passariam por testes sorológicos, que identificam a presença de anticorpos e poderiam indicar quem já teve contato com o novo coronavírus.
O plano era iniciar no dia 1º de outubro os testes com profissionais de até 60 anos e alunos do ensino fundamental e médio para, em 15 dias, concluir a primeira etapa de 181 mil testes. As 777 mil testagens levariam mais tempo.
“Devemos levar no mínimo 30, 40 dias para fazer todo esse procedimento”, afirmou na ocasião o secretário municipal de Saúde, Edson Aparecido, para quem a testagem ajudaria a decidir sobre como seria a volta das aulas na capital.
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