Ainda não há uma data para o retorno da consulta ao Sistema de Valores a Receber (SVR), do Banco Central (BC). Segundo informações da própria instituição, não é possível cravar uma data porque a greve dos servidores que trabalham na instituição não tem prazo para acabar. Assim, o processo pode atrasar mais do que se esperava.
Inicialmente, o plano do BC era iniciar a segunda etapa do SVR no último dia 2 de maio. No entanto, a paralisação dos servidores atrapalhou o planejamento inicial. “A greve dos servidores do BC prejudicou o cronograma de desenvolvimento das melhorias do Sistema de Valores a Receber”, disse o banco em nota.
“O prazo de retorno do SVR, inicialmente previsto para 2 de maio, terá que ser adiado. A nova data será comunicada com a devida antecedência”, completou o BC através de uma nota divulgada ainda na semana passada e que segue sem resposta até este momento. Os cidadãos precisam esperar mais um pouco para realizar a nova consulta.
A estimativa do Banco Central é que existam pouco mais de R$ 8 bilhões em valores esquecidos em instituições financeiras. No entanto, eles decidiram dividir a consulta e o saque em duas etapas. Os primeiros R$ 4 bilhões já foram liberados na primeira fase da verificação ao saldo no último mês de abril.
Os outros R$ 4 bilhões devem ser consultados na segunda etapa. Embora não exista uma data concreta para que o sistema seja retomado, o BC garante que os cidadãos não terão nenhum tipo de prejuízo. Eles poderão consultar e sacar os valores assim que a greve dos servidores do banco chegar ao fim oficialmente.
Novas consultas
Mesmo diante do atraso, o Banco Central (BC) adiantou alguns pontos sobre a segunda rodada, que já podem ser confirmados neste momento. O principal deles é a inclusão de novas fontes de recursos.
Dessa forma, pessoas que consultaram os valores e não encontraram nada em seus nomes naquela primeira liberação, terão mais uma chance de encontrar o saldo na segunda fase. Abaixo você pode observar a lista de novas fontes de recursos que serão incluídas:
- Tarifas cobradas indevidamente;
- Parcelas ou obrigações relativas a operações de crédito cobradas indevidamente;
- Contas de pagamento pré-paga e pós-paga encerradas com saldo disponível;
- Contas de registro mantidas por sociedades corretoras de títulos e valores mobiliários e por sociedades distribuidoras de títulos e valores mobiliários para registro de operações de clientes encerradas com saldo disponível;
- Entidades em liquidação extrajudicial;
- Fundo Garantidor de Crédito;
- Fundo Garantidor do Cooperativismo de Crédito.
Greve no Banco Central
Os servidores do Banco Central iniciaram o movimento grevista reivindicando uma série de pontos. Talvez o principal deles seja mesmo a questão do reajuste salarial para a categoria já neste ano de 2022.
Nas últimas duas semanas, membros do Governo Federal chegaram a ventilar a possibilidade de um aumento linear de 5% para todos os servidores públicos federais, e não apenas para os que trabalham no Banco Central.
A proposta foi recebida pelos trabalhadores, e chegou a ser debatida internamente. No entanto, a decisão final da categoria foi não aceitar o reajuste de 5%. Assim, eles decidiram dar continuidade a greve por tempo indeterminado.