A Síndrome da Cabana já vem sendo discutida há anos. Entretanto, com a pandemia do novo Coronavírus, este assunto se tornou ainda mais forte.
Embora não haja um reconhecimento da síndrome no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, 5ª edição (DSM-V), o tema é relevante e vale a reflexão.
Afinal, muitas pessoas estão se sentindo “presas” dentro de casa, e isso pode ligeiramente servir de gatilho para questões emocionais que impeçam a reinserção daquele sujeito na sociedade.
Sendo assim, para que você possa compreender tudo sobre o tema, e ainda, considerar possibilidades de evitar ou reverter a situação, acompanhe o nosso artigo de hoje.
Antes de qualquer coisa, é importante frisar que a Síndrome da Cabana não é considerada uma doença. Mas sim, trata-se de um fenômeno que se relaciona diretamente com mudanças bruscas em nossa rotina e comportamento.
Pode ser vista como um distúrbio psicológico, caracterizado por um conjunto de sintomas que podem trazer angústia, ansiedade, sofrimento e sensação de descontrole.
Esta síndrome pode se manifestar a partir de um medo excessivo de sair do ambiente doméstico, considerando que a ida a qualquer outro espaço possa ser prejudicial e perigosa.
O relacionamento com as pessoas também fica afetado. O sujeito com a Síndrome da Cabana se sente incapaz de retomar a sua vida normal e, especialmente nos dias atuais, este medo excessivo pode surgir por conta das chances de haver a contaminação pelo novo coronavírus.
Isso se deve ao gatilho gerado pelo isolamento social no qual estamos inseridos. O sujeito, que passa grande parte do dia dentro de casa cumprindo tarefas neste ambiente (como trabalho e estudos), pode encontrar-se em um impasse de querer sempre seguir esta rotina.
Caso contrário, se precisar ser exposto ao mundo externo outra vez, o medo, o desespero e até a sensação de perda de controle, podem aparecer. Com isso, um sofrimento é instaurado e relações sociais, profissionais e até mesmo pessoais são afetadas diretamente.
É como se o mundo lá fora fosse uma verdadeira ameaça constante, e apenas as paredes da casa fossem capazes de manter a pessoa protegida do “desconhecido e perigoso”.
Como não estamos tratando de uma doença, os sintomas e as intensidades podem variar de pessoa para pessoa. Entretanto, existem algumas pistas mais evidentes, que podem nos auxiliar na compreensão do quadro. Veja abaixo quais são:
O reconhecimento do problema é sempre o primeiro passo para lidar com o mesmo. Assim, o sujeito compreende a sua posição e pode buscar ajuda.
Lembre-se que cada pessoa possui o seu tempo. Você não precisa sair de dentro de casa da noite para o dia e enfrentar as angústias de uma maneira tão agressiva.
Mas sim, pratique o que chamamos de “dessensibilização”. Isto é, siga uma rotina gradativa. Comece com uma caminhada, uma ida ao mercado, etc.
Ao mesmo tempo, lembre-se de sempre seguir todas as recomendações para a prevenção do novo coronavírus. Isso é muito importante para garantir uma maior sensação de segurança, bem-estar, e ainda gerar mais cuidado consigo mesmo e com as pessoas à sua volta.
A Síndrome da Cabana gera angústia e medo, mas ela pode ser contornada ao você encontrar maneiras de driblá-la. Você não precisa enfrentar multidões de cara, mas sair de dentro do seu apartamento e caminhar pelo condomínio, entendendo isso como uma vitória, já pode ser muito eficiente.
E ainda: A psicoterapia pode lhe auxiliar neste processo. Pois assim você lida com seus medos, compreende a sua realidade e cria novas maneiras de enxergar o mundo. Cuide-se!