A gigante asiática do varejo internacional, Shein, deverá abrir uma loja temporária, chamada de pop-up, em Belo Horizonte, capital de Minas Gerais. A empresa já havia aberto lojas desse tipo no Rio de Janeiro e São Paulo, há cerca de oito meses. Todavia, o novo estabelecimento estará presente no Shopping Boulevard.
No entanto, ainda não se sabe qual será a data certa para a instalação da loja temporária da Shein. O primeiro estabelecimento comercial pop-up da empresa chinesa foi aberto em poucos dias na cidade do Rio de Janeiro, no mês de março de 2022. Aliás, em novembro do ano passado, a cidade agraciada foi São Paulo.
Depois da instalação dessas lojas temporárias da Shein, houve uma grande expectativa se a empresa varejista iria ou não abrir uma na cidade de Belo Horizonte. Desse modo, ela é uma das maiores companhias do mundo em relação ao setor de vendas de roupas, através de seu site de e-commerce na internet.
Vale ressaltar que as lojas físicas de roupas possuem inúmeras vantagens, como, por exemplo, o fato de que as pessoas podem ver de perto os itens que são negociados em sua plataforma da web. Sendo assim, é possível ver a qualidade do produto vendido, e escolher a melhor opção relativa ao seu custo benefício.
Benefícios concedidos à Shein
O setor varejista brasileiro está bastante preocupado com os benefícios que o Governo Federal deu à Shein. Na semana passada, os conselhos das empresas Renner, Guararapes, C&A, Marisa, entre outras entidades representantes do setor de varejo e moda trataram do tema. Eles demonstraram uma indignação com o Ministério da Fazenda.
A saber, isso se deve ao fato de que o Ministério publicou recentemente, uma portaria isentando a cobrança de impostos de importação de qualquer negociação de produtos da Shein de até US$50. Anteriormente, estavam isentas da tributação apenas as pessoas físicas remetentes de itens nesses valores.
Um dos conselheiros das varejistas disse que, “O Lula faz uma reunião com a Shein na quinta e no dia seguinte o governo publica uma portaria contrariando tudo que já havia sido combinado com o varejo? A Shein já burlava a lei mandando as remessas como pessoa física. Agora, eles simplesmente legalizaram isso”.
Por outro lado, a portaria que o Governo Federal publicou afirma que as empresas tem a obrigação de se adaptar ao programa Remessa Conforme e a pagar cerca de 17% do Imposto Sobre Circulação de Bens e Serviços (ICMS) em cada negociação de seus produtos importados, em seus sites de e-commerce, na internet.
Programa do Governo Federal
Em síntese, de acordo com o programa do Governo Federal, anunciado recentemente, as empresas varejistas deverão recolher o imposto logo no momento da venda de seus produtos. Em seguida, elas deverão repassar essas taxas para o governo. Elas então terão um tratamento ágil na Aduana chamado “Canal Verde”.
Entretanto, é conveniente salientar que o setor varejista brasileiro não ficou contente com a iniciativa do Governo Federal. Para eles, essa proposta de balancear a isenção de impostos não seria benéfica para o comércio nacional. De fato, a ideia principal, era aumentar a fiscalização e oferecer uma concorrência mais justa.
Desse modo, o presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil (ABIT), Fernando Pimentel, afirma que “isso não existe na legislação. Eles vão ter essa regalia só porque estão em conformidade com a lei?”. Ele diz que a medida do governo quebra a isonomia tributária, e afeta exponencialmente todo o setor.
Aliás, de acordo com Pimentel, a medida é contrária aos interesses reais do Governo Federal. Ele possui uma agenda relacionada à geração de postos de trabalho, de renda, e de aumentar a sua arrecadação. Para o presidente da ABIT, é impossível entender a alteração radical de postura do Palácio do Planalto.
Setor varejista nacional
De acordo com João Pinheiro Nogueira Batista, CEO das Lojas Marisa, ele não consegue entender como o governo é capaz de legalizar o contrabando que é contra os interesses da indústria nacional. Para ele, o Brasil está na contramão do mundo. Ele disse que a Índia proibiu as empresas chinesas como a Shein, de venderem no país.
Em conclusão, Fernando Yunes, country manager do Mercado Livre no Brasil, afirmou que “a Índia proibiu essas empresas chinesas de venderem lá. Nos Estados Unidos, esse tema está no departamento antitruste e estão processando e vai ter consequência. Na Europa, também estão criando várias barreiras”.