Setor de serviços ENCOLHE 1,6% em abril, mas segue acima do nível pré-pandemia
O volume de serviços no país encolheu 1,6% em abril deste ano, na comparação com março. A queda eliminou boa parte do ganho de 2,1% acumulado entre fevereiro e março e é a segunda registrada em 2023.
Em resumo, o setor de serviços iniciou o ano em queda, afundando em janeiro. Aliás, este resultado negativo foi provocado pela forte base comparativa, frente a dezembro de 2022. Isso porque o setor de serviços costuma ter um desempenho muito expressivo no último mês de cada ano.
Com o acréscimo do resultado de abril, o setor passou ficar 10,5% acima do nível de fevereiro de 2020, último mês antes da decretação da pandemia da covid-19.
Nos últimos anos, a crise sanitária prejudicou significativamente o setor de serviços no país. O incentivo à restrição da circulação das pessoas para diminuir os riscos de disseminação do vírus afetou diversas atividades que dependem fortemente da presença física das pessoas.
No acumulado do primeiro quadrimestre de 2023, o volume de serviços cresceu 4,8% na comparação com o mesmo período de 2022. Em suma, houve taxas positivas em todas as atividades e em 59,0% dos 166 tipos de serviços investigados.
Todos os dados fazem parte da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e divulgada nesta semana.
Quatro das cinco atividades de serviços encolheram
De acordo com o IBGE, quatro das cinco atividades pesquisadas do setor de serviços encerraram abril em queda, na comparação com março, derrubando a média nacional. Veja abaixo as variações de cada uma das cinco atividades:
- Serviços prestados às famílias (1,2%);
- Serviços profissionais, administrativos e complementares (-0,6%);
- Informação e comunicação (-1,0%);
- Outros serviços (-1,1%);
- Transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (-4,4%).
Em síntese, o setor de transportes exerceu a maior influência no setor de serviços em todos os meses deste ano. Entre janeiro e março, a atividade impulsionou o volume nacional, acumulando um ganho de 6,5% no período. Contudo, em abril, a atividade influenciou a taxa nacional de maneira inversa, puxando-a para baixo.
“Vários segmentos de serviços dentro desse setor acabaram por gerar um impacto negativo: gestão de portos e terminais, transporte rodoviário de cargas, rodoviário coletivo de passageiros e transporte dutoviário. Esses segmentos tiveram importância no âmbito do volume de serviços como todo, ultrapassando a fronteira do próprio setor”, explicou o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo.
Serviços prestados às famílias crescem em abril
Em abril, quatro ramos do setor de serviços tiveram quedas significativas, derrubando a taxa nacional. No entanto, o ramo de serviços prestados às famílias conseguiu registrar uma taxa positiva, limitando a queda no volume de serviços do país.
O avanço de 1,2% eliminou parte da perda acumulada entre fevereiro e março (-2,2%). Aliás, o crescimento do ramo ocorreu, principalmente, por causa da fraca base comparativa.
“O ganho nesse mês vem tanto de alojamento e alimentação (3,7%) como de outros serviços prestados às famílias (3,5%). Dentro desse segmento, a parte de atividades teatrais, musicais e de espetáculos em geral teve maior influência”, explicou Lobo.
Em síntese, a pandemia da covid-19 afetou fortemente os serviços prestados às famílias. Isso aconteceu porque o governo passou a incentivar o distanciamento social, afetando a atividade, que se baseia em serviços realizados presencialmente. Assim, o seu desempenho acabou sendo muito prejudicado pela pandemia.
Setor de serviços encolhe em 26 das 27 UFs
A pesquisa também revelou que o setor de serviços encolheu em 26 das 27 unidades federativas (UFs) em abril. O único resultado positivo foi registrado pelo Ceará (1,0%), mas o crescimento não exerceu muita influência na taxa nacional.
Por outro lado, o volume de serviços caiu nas demais UFs. Confira abaixo, em ordem, os principais impactos negativos registrados no país em abril:
- São Paulo: -1,5%;
- Rio de Janeiro: -5,5%;
- Santa Catarina: -3,5%;
- Goiás: -5,6%
- Mato Grosso: -4,2%
“Esse tipo de disseminação, seja de taxas positivas ou negativas, é muito incomum de acontecer. A última vez foi em setembro de 2020, quando 26 UFs tiveram resultados positivos”, avaliou o gerente da pesquisa.
O IBGE ainda revelou que, na comparação com abril de 2022, o volume de serviços cresceu 2,7% no Brasil, impulsionado pelo resultado positivo observado em 23 UFs. Em resumo, essa foi a 26ª taxa positiva seguida, com alta em quatro das cinco atividades pesquisadas e em 57,2% dos 166 tipos de serviços investigados.
Entre as UFs, a principal contribuição positiva veio de Minas Gerais (6,9%), seguido por Paraná (8,7%), Santa Catarina (10,7%), São Paulo (0,6%) e Rio Grande do Sul (5,3%). Em contrapartida, os únicos estados a registrarem taxas negativas nessa base comparativa foram Mato Grosso do Sul (-1,3%), Alagoas (-1,8%) e Amapá (-4,2%).
Por fim, vale destacar que os serviços respondem por quase 70% do PIB brasileiro. Além disso, o setor é considerado o maior empregador do país, segundo o IBGE. Isso quer dizer que, quanto mais o setor crescer, mais a economia brasileira vai avançar.
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