O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) revelou nesta semana que sete em cada dez reajustes salariais superaram a inflação no país em setembro.
Isso quer dizer que a maioria absoluta dos trabalhadores com carteira assinada tiveram aumento no seu poder de compra no nono mês de 2023. Esse dado é muito positivo para todos os brasileiros que desejam ver seu rendimento mensal crescer.
A saber, o Dieese faz uma relação entre os reajustes salariais e o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). Em resumo, o indicador mede a variação da cesta de compras para famílias com renda de um até cinco salários mínimos, ou seja, foca nas pessoas de renda mais baixa do país.
Aliás, o INPC é utilizado como referência para reajustes salariais e benefícios do INSS. Em outras palavras, o governo federal se baseia na variação registrada pelo indicador para definir os reajustes no país.
Por isso que o INPC, medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é um indicador tão importante para os trabalhadores do Brasil.
Maioria dos reajustes supera o INPC
Em 2023, o Brasil está conseguindo superar as dificuldades e segue fortalecendo a sua atividade econômica. As projeções indicam que o Produto Interno Bruto (PIB) do país deverá crescer 2,9% neste ano, taxa idêntica à registrada em 2022.
Em suma, a melhora da economia brasileira nos últimos meses aumentaram o otimismo entre os analistas do mercado financeiro. Inclusive, o desempenho do PIB do Brasil pode surpreender ainda mais em 2023, principalmente ao relembrar que, no final do ano passado, as estimativas de crescimento chegavam a apenas 0,70%.
Além do otimismo com a economia brasileira, os reajustes salariais também estão animando os trabalhadores. As taxas registradas nos meses de 2023 indicam ganho real do poder de compra dos trabalhadores, o que também aconteceu em agosto.
Segundo o levantamento, os resultados observados em setembro deste ano foram os seguintes:
- 71,9% dos reajustes superaram a inflação;
- 13,7% dos reajustes tiveram variação igual ao do INPC;
- 14,5% dos reajustes ficaram abaixo da inflação.
Reajustes acima da inflação perdem força
Embora a taxa de reajustes acima da inflação tenha sido expressiva em setembro, refletindo o ganho do poder de compra para a maioria dos trabalhadores, o percentual foi o menor dos últimos cinco meses. Em síntese, o percentual de setembro (71,9%) foi o menor desde abril, quando 64,6% dos reajustes superaram a inflação.
Já em relação às negociações abaixo da variação acumulada pelo INPC, a taxa de setembro (14,5%) foi a maior desde setembro de 2022 (19,6%), ou seja, em um ano. Isso quer dizer que, em 2023, a proporção de trabalhadores que perderam poder de compra nunca havia ficado tão elevada quanto em setembro.
Entenda como são calculados os reajustes salariais
A saber, o Dieese compara os dados dos reajustes com a variação acumulada pelo INPC nos últimos 12 meses. No período, o indicador oscilou 4,51% em comparação aos 12 meses imediatamente anteriores, e a maioria dos reajustes salariais teve uma alta mais forte que essa variação, resultando em ganho real para o trabalhador.
Quando ocorre o contrário, com os acordos e convenções ficando abaixo da inflação, o trabalhador tem a sua renda reduzida. Isso porque o reajuste salarial não consegue acompanhar o aumento dos preços de produtos e serviços no país.
Já nos casos de reajustes equivalentes ao INPC, os trabalhadores seguem com o mesmo poder de compra. Em síntese, os empregados continuam podendo comprar os itens que tinham condições de adquirir no ano anterior, pelo menos na teoria.
Entretanto, não há possibilidade de aumento do consumo, uma vez que a renda subiu apenas o suficiente para mantê-lo no mesmo patamar do ano anterior.
Reajustes acumulados em 2023
Nos nove primeiros meses de 2023, 78,1% dos reajustes salariais superaram o INPC. Isso quer dizer que quase oito em cada dez negociações resultaram em ganho real para o trabalhador, que viu a sua renda crescer nos primeiros meses do governo Lula.
Por sua vez, os reajustes que ficaram iguais ao INPC totalizaram 16,7% no período, não representando crescimento nem redução da renda dos trabalhadores. Portanto, apenas 5,3% das negociações trabalhistas ficaram abaixo do INPC em 2023. O resultado é ótimo para os profissionais e indica o bom momento do mercado de trabalho brasileiro.