A educação financeira é um assunto cada vez mais presente nas conversas entre pais e filhos. De acordo com a pesquisa “Finanças para os filhos: dinheiro é coisa de adulto?“, realizada pela Serasa em parceria com o Instituto Opinion Box, 8 em cada 10 pais conversam sobre finanças com seus filhos. Isso mostra que falar sobre dinheiro deixou de ser um tabu e se tornou uma preocupação dos pais.
Neste artigo, vamos explorar os dados dessa pesquisa e discutir a importância de abordar temas financeiros com as crianças. Além disso, vamos apresentar algumas estratégias para introduzir o assunto em casa de forma leve e didática.
A pesquisa revelou que uma parcela significativa dos pais começa a abordar o tema das finanças quando seus filhos ainda são pequenos. Cerca de 24% dos pais afirmaram que começaram a conversar sobre o assunto quando as crianças tinham até 5 anos, enquanto 23% tiveram a primeira conversa na faixa etária de 6 a 8 anos.
Essas conversas iniciais costumam abordar situações práticas do dia a dia, como a diferença entre produtos caros e baratos e o que é possível comprar ou não com o dinheiro. Além disso, os pais mostram a importância de guardar dinheiro. Esses são os dois principais tópicos abordados, mencionados por 41% e 34% dos pais, respectivamente.
Segundo Thiago Godoy, educador financeiro e autor do best-seller “Emoções Financeiras”, não basta apenas falar sobre finanças com as crianças, é preciso saber como abordar o assunto. Ele ressalta que abordar de forma caótica, com brigas, ou sem explicar o contexto pode ser tão prejudicial quanto não falar sobre o assunto.
Cada família tem sua própria realidade financeira e maneiras diferentes de conversar com os filhos. Portanto, não existe uma fórmula pronta para abordar o tema. O importante é envolver as crianças nas finanças do dia a dia, sem tabus.
A pesquisa também revelou que houve uma mudança no comportamento cultural das famílias ao longo das décadas quando se trata de falar sobre finanças com os filhos. Enquanto 56% dos adultos entrevistados afirmaram nunca ter tido conversas semelhantes com seus pais quando eram crianças, esse número é ainda maior entre as mulheres (65%) e as classes D e E (64%).
Esses dados mostram que as famílias estão se conscientizando cada vez mais da importância de educar financeiramente seus filhos e estão quebrando o ciclo de falta de diálogo sobre o assunto.
A pesquisa também investigou o conhecimento dos pais sobre soluções financeiras voltadas para o público infantil. Surpreendentemente, 72% dos pais afirmaram não conhecer nenhum tipo de solução financeira específica para crianças, enquanto apenas 28% disseram ter acesso e utilizar essas plataformas.
Alguns dos exemplos de soluções financeiras citadas pelos pais foram a Conta Digital Kids do Banco Inter, o Nextjoy do Banco Next/Bradesco, o Cartão Adicional Mesada da Caixa Econômica Federal, o Mesada Turma da Mônica da Visa, o SuperDigital Cartão Mesada da SuperDigital/Santander e o Neagle Bank.
De acordo com os pais entrevistados, 48% das crianças que utilizam essas soluções financeiras aprenderam a fazer a gestão do dinheiro.
A pesquisa também avaliou a percepção dos pais em relação à mesada, vista como uma porta de entrada para que as crianças compreendam a importância das finanças. Thiago Godoy ressalta que a mesada é importante para que a criança entenda as consequências das escolhas financeiras e aprenda a lidar com o dinheiro.
No entanto, apenas 39% dos pais brasileiros afirmam ter o hábito de dar mesada aos filhos. O valor médio da mesada não ultrapassa R$100, sendo concedido por 74% dos pais entrevistados. Para 53% deles, o valor da mesada é de até R$60.
A mesada, segundo os pais entrevistados, deve ser utilizada principalmente para pagar o lanche na escola (33% dos casos) e ensinar as crianças a economizar e poupar para o futuro (32%).
A pesquisa revelou que 72% dos pais não fazem nenhum tipo de investimento ou poupança específica para o futuro dos filhos. Dos que possuem esse hábito, 50% não têm uma conta específica para essa finalidade e realizam a ação dentro de sua própria conta bancária.
A pesquisa da Serasa em parceria com o Instituto Opinion Box mostra que a educação financeira para crianças está se tornando cada vez mais relevante nas famílias brasileiras. Os pais estão se conscientizando da importância de conversar sobre finanças desde cedo e estão buscando soluções financeiras voltadas para o público infantil.
Abordar o tema de forma adequada, envolvendo as crianças nas finanças do dia a dia, é fundamental para que elas desenvolvam habilidades financeiras desde cedo. Além disso, a mesada pode ser uma ótima ferramenta para ensinar sobre a gestão do dinheiro.
A educação financeira é um processo contínuo e deve ser adaptada à realidade de cada família. É importante que os pais sejam pacientes e expliquem o contexto financeiro de forma clara e leve. Assim, estaremos preparando as crianças para um futuro financeiramente saudável.
Lembre-se de que a educação financeira para crianças é um tema amplo e que este artigo serve como um ponto de partida para aprofundar o assunto.