A Prefeitura de São Paulo anunciou que vai acabar com o projeto Cozinha Cidadã. O programa distribui todos os dias algo em torno de 10 mil pratos de almoço na capital paulista. A ideia é que o benefício chegue ao fim de maneira gradual. Não há previsão de início de outra rede de atendimento para ficar no lugar.
De acordo com informações oficiais da própria Prefeitura, o programa em questão começou a funcionar ainda no início da pandemia. A ideia era fechar contratos com restaurantes que estão em dificuldade para vender neste período de luta contra a Covid-19. O governo municipal compra os almoços e distribui para pessoas em situação de rua.
Segundo dados da própria Prefeitura, algumas organizações ajudavam no processo de distribuição dessa comida. É o caso, por exemplo, do Movimento Estadual da População em Situação de Rua. Essa organização atua na distribuição dessas marmitas e acaba juntando a ajuda do governo municipal com doações.
Com o fim do projeto, a distribuição dos almoços deve continuar. No entanto, agora a tendência é que o número de marmitas diminua consideravelmente. Isso porque a partir de agora eles só terão a ajuda das doações, e não mais da Prefeitura Municipal de São Paulo. Alguns vereadores da cidade estão tentando reverter essa situação.
“Estamos juntos com o movimento de auxílio e em defesa da população em situação de rua, para que a prefeitura responda o que pretende com o término do Cozinha Cidadã. A pandemia não acabou e o desemprego e a fome seguem sendo a realidade de milhões de famílias”, disse a vereadora Erika Hilton (PSOL), em suas redes sociais oficiais.
O que diz a Prefeitura
Procurada por veículos de imprensa, a Prefeitura da cidade de São Paulo disse que esse foi um programa emergencial. De acordo com o governo municipal, o benefício surgiu como uma espécie de tentativa de ajuda para os moradores de rua e os restaurantes.
No entanto, a Prefeitura municipal alega que os números da pandemia estão caindo e que por isso as pessoas podem podem voltar a procurar emprego. Além disso, eles também alegam que os restaurantes podem voltar a vender normalmente.
Por fim, eles dizem também que estão trabalhando em inserir esses moradores de rua em outros programas sociais. No entanto, não ficou muito claro quando isso irá acontecer. Várias pessoas estão cobrando respostas para o tema.
Cobrança por marmitas
Vários políticos paulistanos usaram as suas redes sociais para criticar a Prefeitura de São Paulo. Muitos disseram, por exemplo, que a governo municipal deveria manter o projeto pelo menos até conseguir colocar outro no lugar.
“Estou extremamente preocupado com o fim da Rede Cozinha Cidadã, anunciado pela prefeitura para ocorrer ao longo do mês de setembro. A Rede Cozinha Cidadã é um projeto que oferta, diariamente, 10 mil refeições para pessoas em situação de rua”, disse o vereador Eduardo Suplicy (PT).
“O fundo do poço é quando o prefeito de São Paulo suspende o projeto Rede Cozinha Cidadã que distribui alimentos pra população de rua, e não coloca nada no lugar”, disse a vereadora Carolina Lara (PSOL).