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Salários de servidores dos três Poderes podem ser reduzidos durante crise do coronavírus

Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara dos Deputados, sugeriu hoje (terça-feira, 24), durante uma entrevista à Rádio Bandeirantes, a redução de até 20% nos salários de servidores durante a crise do coronavírus. Segundo Maia, esta seria uma espécie de gesto simbólico mostrando que estão unidos no combate à pandemia do coronavírus.

O deputado afirmou que a medida iria excluir servidores que ganham menos e que estão diretamente envolvidos no combate à doença. Sobre o assunto, ele disse:

“Agora, os servidores públicos, seja aqueles concursados ou eleitos, todos têm uma estabilidade. Nesse momento, nada mais justo que a gente possa ir dialogando, sem parecer uma coisa oportunista”, disse. “Aqueles que estão trabalhando de forma remota, que podem dar uma colaboração, é importante”.

Ele defendeu ainda que o Legislativo, Executivo e Judiciário passem a avaliar uma alternativa nos próximos dias e tomem uma decisão sobre o assunto. De acordo com o presidente da Câmara, os salários pagos a servidores dos três Poderes são totalizam cerca de R$ 200 bilhões por ano.

“Têm salários mais baixos, têm salários mais altos, acima da média dos 10% que ganham mais no Brasil. Então eu acho que a gente consegue uma economia, se você olhar uns R$ 18 bilhões por mês, se você tirar 15% a 20%, você vai ter uma economia de três meses que ajuda”, ele disse. De acordo com os dados revelados pelo deputado, isso iria gerar uma economia mensal de até R$ 3,6 bilhões.

Maia ainda ressaltou que o volume de recursos necessários para o combate ao coronavírus é muito superior – em entrevista na segunda, disse que poderia chegar a R$ 400 bilhões. “Mas tem certas horas que não é só o valor, é o simbolismo dado daqueles que têm uma proteção maior e que estão colaborando com a sociedade brasileira.”

Coronavírus

O Ministério da Saúde divulgou na tarde desta terça-feira, 24 de março, a informação de que o Brasil tem 2.201 casos confirmados de novo coronavírus. São, ao todo, 34 mortes, o que significa uma taxa de mortalidade de 2,1%.

Os principais dados divulgados pelo Ministério são:

  • 46 mortes, eram 34 na segunda-feira
  • 2.201 casos confirmados
  • São Paulo registrou 810 casos e 40 mortes
  • Rio de Janeiro tem 305 casos e 6 óbitos

Segundo os dados divulgados pela pasta, a quantidade de mortos por conta do novo coronavírus aumentou 35% em relação ao balanço de segunda-feira. O total de casos subiu 16%, com base nos dados registrados até 16 horas desta terça-feira.

Ministério da Saúde confirmou que vai ampliar para 22,9 milhões o número de testes que serão distribuídos para diagnosticar a Covid-19.

“Possivelmente, (por causa da maior oferta de testes) o Brasil será o país com o maior número de casos”, disse o secretário de Vigilância em Saúde, Wanderson de Oliveira, apontando que o aumento no diagnóstico deve fazer a taxa de letalidade ser mais próxima da real.

O ministério confirmou hoje que vai trabalhar com dois tipos diferentes de testes:

  • aqueles que detectam o vírus na amostra (RT-PCR); e
  • que verificam a resposta do organismo ao vírus (teste rápido de sorologia).

No atual estágio, os testes serão voltados para profissionais de saúde e de segurança, além da verificação dos casos graves e óbitos.

A previsão de elaboração de um novo protocolo para testar os casos mais leves em postos volantes já existe. O governo tem objetivo de utilizar os postos em cidades com mais de 500 mil habitantes, como estratégia para conter surtos.

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