Salário mínimo 2022 pode sofrer o maior reajuste dos últimos anos
Vale ressaltar que quando reajustado, programas governamentais, como o seguro-desemprego, abono salarial PIS/Pasep, e os benefícios do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS), também tem seus valores alterados.
A projeção realizada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) para a inflação deste ano era de 5,50%. No entanto, agora o percentual já está em 6,20%, podendo atingir 7% até o fim do ano. Caso isso aconteça, o salário mínimo sofrerá o maior reajuste em seis anos.
Em julho, foi aprovada a LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) que previa o valor do piso nacional de 2022 em R$ 1.147, ampliado em 4,3%. Todavia, considerando o aumento da inflação para 7%, o salário mínimo deve passar para R$ 1.177 no próximo ano.
Vale ressaltar que quando reajustado, programas governamentais, como o seguro-desemprego, abono salarial PIS/Pasep, e os benefícios do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS), também tem seus valores alterados.
Isso porque, eles se baseiam no salário mínimo vigente para liberar os seus abonos. O INSS, por exemplo, por lei não pode pagar aos seus segurados um salário inferior ao valor do piso nacional. Com as mudanças, a partir do dia 15 de janeiro de 2022, os cidadãos receberão novos valores.
Maior reajuste desde 2016
No ano de 2016, o piso nacional sofreu um reajuste de 11,6%, porém, desde então a inflação só tem regredido. Confira as últimas correções a seguir:
- 2021: R$ 1.100 (5,2%);
- 2020: R$ 1.045 (4,7%);
- 2019: R$ 998 (4,6%);
- 2018: R$ 954 (1,8%);
- 2017: R$ 937 (6,48%); e
- 2016: R$ 880 (11,6%).
Poder de compra
Embora o salário mínimo sofra correção anual, desde 2019 vem sendo reajustado apenas para manter o poder de compra da população brasileira. Isso significa, que a correção não tem oferecido nenhum ganho real.
“A correção é para manter a mesma posição, manter o equilíbrio da cesta de consumo. Só que a cesta de consumo não sobe igual, existem itens dentro da cesta que pesam mais e outros menos. A depender de onde a pessoa esteja, ela pode não ter o poder aquisitivo recuperado”, explicou André Braz, economista do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV Ibre).
Segundo as informações da pesquisa sobre cestas básicas realizadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o salário ideal para o cidadão brasileiro em junho, deveria ser de R$ 5.421,84, capaz de cobrir a inflação da ocasião.