O cenário dos concursos públicos federais no Brasil terá novamente uma transformação significativa com a segunda edição do Concurso Nacional Unificado (CNU) prevista para 2025. No entanto, nem todos os órgãos federais devem aderir a este novo modelo. Diante disso, veja a seguir quais instituições podem optar por realizar seus próprios processos de seleções, mantendo-se à margem do CNU.
O Concurso Nacional Unificado e sua importância
O CNU representa uma inovação na forma de selecionar servidores públicos federais. Sua primeira edição, realizada neste ano de 2024, trouxe uma abordagem revolucionária ao permitir que candidatos concorressem a múltiplas vagas em diversos órgãos com uma única prova. Além disso, a capilaridade do certame, que abrangeu 228 cidades em todo o território nacional, democratizou o acesso às oportunidades no serviço público federal.
Vantagens do modelo unificado
- Economia de recursos para o governo e candidatos;
- Maior acessibilidade geográfica;
- Possibilidade de concorrer a várias carreiras simultaneamente;
- Padronização do processo seletivo entre diferentes órgãos.
Preparativos para o CNU 2025
O Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI) já iniciou os preparativos para a edição de 2025. A ministra Esther Dweck sinalizou a possibilidade de o novo concurso ser aberto até março do próximo ano, dependendo da adesão mínima de órgãos com vagas autorizadas.
Órgãos que podem optar por concursos próprios
Alguns órgãos federais já estão em estágios avançados de preparação para seus concursos individuais, o que pode levá-los a não participar do CNU 2025. Vejamos quais são esses órgãos e os motivos por trás dessa possível decisão.
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais (Ibama)
O Ibama já iniciou o processo de seleção da banca organizadora para seu concurso próprio. Com os preparativos em andamento, é provável que o instituto opte por seguir com seu certame independente.
Detalhes do concurso Ibama
- Salário inicial: R$ 8.431,89 (considerando gratificação de 80 pontos);
- Benefícios adicionais: Retribuição por titulação e auxílio-alimentação de R$ 1.000.
Jardim Botânico do Rio de Janeiro
O Jardim Botânico do RJ já publicou o edital de seu concurso, confirmando sua não participação no CNU 2025.
Informações sobre o concurso do Jardim Botânico RJ
- Vagas: 20 para nível superior;
- Cargos: Pesquisador adjunto I, tecnologista júnior, tecnologista pleno II e analista júnior I;
- Salários: Até R$ 13.800;
- Inscrições: Até 20 de novembro;
- Provas: Programadas para dezembro, janeiro e fevereiro.
Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI)
O MCTI recebeu autorização para preencher 55 vagas de pesquisador e tecnologista. No entanto, alguns institutos vinculados já publicaram editais próprios.
Institutos do MCTI com concursos independentes
- Instituto Nacional de Pesquisas do Pantanal (INPP);
- Instituto Nacional do Semi-Árido (INSA).
O Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG), também vinculado ao MCTI, ainda não definiu se participará do CNU ou realizará concurso próprio.
Órgãos com potencial de adesão ao CNU 2025
Apesar de alguns órgãos optarem por concursos individuais, muitos outros tem a possibilidade de aderir ao novo CNU. Entre eles, destacam-se:
- Órgãos da área da Cultura;
- Polícia Federal (área Administrativa);
- Ministério das Relações Exteriores;
- Ministério da Saúde;
- Ministério da Fazenda;
- Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos.
Impacto da não adesão ao CNU
A decisão de alguns órgãos de não participarem do CNU 2025 pode ter implicações tanto para os candidatos quanto para a administração pública.
Para os candidatos
- Necessidade de prestar múltiplos concursos;
- Possível sobreposição de datas de provas;
- Custos adicionais com inscrições e deslocamentos.
Para a administração pública
- Menor economia de escala na realização dos certames;
- Possível redução na diversidade de candidatos;
- Desafios na padronização dos processos seletivos.
Perspectivas para o futuro dos concursos federais
O cenário dos concursos públicos federais está em constante evolução. A coexistência de certames unificados e individuais pode ser uma realidade nos próximos anos, demandando adaptação tanto dos órgãos quanto dos candidatos.