O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou sua mais nova estimativa para a safra de grãos de 2023. Desde março deste ano que os prognósticos do instituto estão crescendo em relação à projeção anterior, e isso também aconteceu em setembro, que teve estimativas ainda mais animadoras que as anteriores.
De acordo com o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), a produção nacional de grãos, cereais, leguminosas e oleaginosas deve totalizar 318,1 milhões de toneladas neste ano.
A última estimativa apontava para uma safra de grãos de 313,3 milhões de toneladas em 2023. Isso quer dizer que as projeções para a colheita cresceram 1,5% em relação a agosto, variação que corresponde a 4,8 milhões de toneladas.
Já na comparação com a safra obtida em 2022, a colheita neste ano terá um crescimento de 20,9%. Este percentual representa um aumento de 54,9 milhões de toneladas em relação à colheita brasileira do ano passado.
Vale destacar que essa estimativa do IBGE representa um recorde para a safra de grãos do Brasil. Aliás, o IBGE também prevê que as safras de soja e milho registrem os maiores níveis históricos em 2023, impulsionando assim a safra nacional de grãos.
Produções de soja e milho devem bater recorde
Segundo o IBGE, a produção de soja deve totalizar 151,2 milhões de toneladas neste ano. Isso representa um crescimento de 26,5% na comparação com a safra de 2022.
Inclusive, o aumento ficou tão expressivo assim devido às dificuldades enfrentadas em 2022, que enfraqueceram a base de comparação. Além disso, a produção recorde de soja neste ano também ajudou a impulsionar a diferença percentual em relação ao ano anterior.
Já em relação ao milho, a estimativa do IBGE ficou em 131,8 milhões de toneladas. Em resumo, esse valor se divide nas duas safras do grão, com a 1ª safra devendo totalizar 28 milhões de toneladas e a 2ª safra chegar a 103,8 milhões de toneladas de milho. As novas projeções representam uma forte alta de 19,6% em relação à colheita de 2022.
“Tivemos recorde na safra total de grãos e nas safras de milho, de soja, de sorgo, de algodão (em caroço) e, possivelmente, teremos também na de trigo, se o clima ajudar“, afirmou Carlos Barradas, gerente do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA).
Trigo deve bater recorde em 2023
O IBGE revelou que a colheita do trigo também deverá ser recorde em 2023. Em síntese, a estimativa para a produção do grão chegou a 10,5 milhões de toneladas, o que corresponde a um crescimento de 4,8% na comparação com 2022.
No ano passado, o Brasil colheu a maior safra de trigo da história, e está prestes a bater um novo recorde caso as condições climáticas se mantenham favoráveis nos últimos meses deste ano. A saber, a produção nacional de trigo vem crescendo nos últimos tempos devido a forte alta dos preços internacionais por causa da guerra da Rússia e da Ucrânia.
Segundo Carlos Barradas, a produção do trigo pode atingir recorde se as condições climáticas se mantiverem favoráveis. O gerente do LSPA ressaltou que o trigo ainda está no campo. Portanto, muitos fatores ainda podem impactar a produção do grão. No entanto, a expectativa indica para uma produção recorde neste ano, apesar de ajustes nos estados produtores.
“Com o fim da colheita da 1ª e 2ª, pode-se dizer que milho, soja, sorgo e algodão já consolidaram o recorde. O trigo ainda está no campo, com previsão de término da colheita em novembro. Ainda pode acontecer vários fatores que afetem a produção do trigo, pois a cultura é muito sensível ao clima“, explicou Barradas.
Centro-Oeste lidera produção de grãos
Além disso, o IBGE revelou que houve alta nas projeções de três regiões em relação ao prognóstico anterior. Os avanços foram os seguintes: Centro-Oeste (3,2%), Sudeste (0,3%) e Norte (0,2%). Por outro lado, os prognósticos caíram no Sul (-0,3%) e no Nordeste (-0,2%).
Já na comparação com a safra de 2022, todas as regiões brasileiras tiveram resultados positivos. Em suma, o maior avanço anual deverá ser registrado pelo Sul (26,3%), seguido por Centro-Oeste (23,2%), Norte (21,4%), Sudeste (9,2%) e Nordeste (7,6%).
Segundo o Instituto, o Centro-Oeste deverá concentrar 50,6% da produção nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas. Em segundo lugar, com uma taxa quase duas vezes menor, deverá ficar o Sul (26,1%), seguido por Sudeste (9,5%), Nordeste (8,6%) e Norte (5,2%).
No que se refere às unidades federativas (UFs), o Mato Grosso deverá ser o maior destaque nacional. Em resumo, o estado é o maior produtor de grãos do país, respondendo por 31,3% da produção nacional.
Na sequência, deverão ficar Paraná (14,5%), Goiás (10,3%), Rio Grande do Sul (9,3%), Mato Grosso do Sul (8,9%) e Minas Gerais (6,1%). Aliás, esses seis estados, quando somados, deverão representar 80% da produção nacional. Isso mostra que poucos estados deverão concentrar a maioria absoluta da produção de grãos do país.