O aumento dos juros do cartão de crédito está deixando muita gente preocupada em 2025. O rotativo, aquela modalidade que surge quando você não consegue pagar o valor total da fatura, teve um aumento significativo e agora ultrapassa os 451% ao ano.
Para quem adia ou parcela faturas com frequência, essa realidade tende a resultar no endividamento. Afinal, a cada mês que deixa de pagar o total, o saldo acaba aumentando. E, se antes era ruim, agora a situação ficou ainda mais crítica.
Mas você sabe como essa taxa afeta, de fato, o seu bolso no dia a dia? Entender esse impacto pode ser fundamental para manter o controle financeiro, principalmente em um cenário de crédito mais caro para famílias e empresas.
O que é o rotativo do cartão de crédito e por que ele ficou mais caro?
O crédito rotativo do cartão é acionado quando você paga qualquer valor abaixo do total da fatura. A partir daí, o banco ou instituição financeira começa a cobrar juros sobre o saldo não quitado. E, no Brasil, essa modalidade é famosa por ter um custo médio mais alto do que a maioria dos empréstimos do mercado.
O que explica esse aumento? O Banco Central (BC) aponta que a própria Selic, que chegou a 15% ao ano e deverá ficar nesse patamar até pelo menos o fim de 2025, amplia os custos dos bancos para emprestar. Isso faz com que repassem para o consumidor taxas ainda mais pesadas.
Apesar da limitação nas cobranças que está em vigor desde janeiro de 2024, o efeito sobre as taxas de juros não foi suficiente para uma queda significativa. O consumidor segue enfrentando um cenário desafiador sempre que entra no rotativo.
Como os juros altos impactam o orçamento das famílias?
Com a taxa de juros do cartão de crédito rotativo elevada, muitas famílias acabam comprometendo grande parte da renda apenas para cobrir os encargos. Para ter uma ideia, o endividamento das famílias brasileiras chegou a 48,6% em julho. Isso significa quase metade da renda anual já destinada a dívidas, segundo dados oficiais.
O comprometimento da renda, ou seja, quanto vai todo mês apenas para pagar dívidas, bateu 27,9%. Com isso, a cada R$ 100 recebidos, quase R$ 30 acabam nas mãos dos bancos. Esse ciclo limita o consumo, impede investimentos e trava planos financeiros importantes de curto e médio prazo.
Diferença entre crédito rotativo e parcelado: o que escolher?

Imagem: Agência Brasil
Se você está pensando em optar pelo parcelamento do cartão, é importante saber que, embora a taxa seja mais baixa do que no rotativo, ela ainda está entre as mais altas do mercado, chegando a cerca de 180,7% ao ano.
No rotativo, o prazo é de até 30 dias – tempo curtíssimo para reorganizar as contas e conseguir fugir das taxas brutais. Após esse período, o banco costuma parcelar a dívida restante automaticamente. A vantagem do parcelamento é uma redução na taxa, mas, mesmo assim, o peso no orçamento segue enorme se comparado com outras linhas de crédito, como empréstimos consignados ou financiamentos direcionados.
Se possível, vale negociar com o banco, buscar alternativas de crédito mais baratas e, principalmente, evitar atrasos constantes na quitação das faturas.
Por que os bancos cobram tanto? O papel do spread bancário
Outro fator negativo dessa história é o spread bancário, que representa a diferença entre o custo dos bancos para captar dinheiro e a taxa final paga pelo consumidor. Ele inclui custos operacionais, impostos, risco de inadimplência e, é claro, a margem de lucro dos bancos.
No relatório mais recente, o spread aumentou 0,3 ponto percentual apenas em agosto, acumulando alta de 2,2 pontos em 12 meses. Com isso, não é só o rotativo que pesa: todo o crédito livre para pessoas físicas agora custa, em média, 58,4% ao ano!
Alternativas para fugir das taxas elevadas
A dica é: evitar ao máximo usar o crédito rotativo. Planeje-se para pagar o valor integral da fatura todo mês. Caso não seja possível, negocie rapidamente uma linha de crédito pessoal, um empréstimo consignado (que tem juros bem menores), ou tente o parcelamento antes de cair no rotativo. Também é importante checar novas leis e regras, sempre em fontes confiáveis.
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Perguntas frequentes
- O que é o rotativo do cartão de crédito? O rotativo é acionado quando você não paga o valor total da fatura. O saldo em aberto é financiado pela operadora do cartão, com taxas de juros elevadíssimas.
- Por que os juros do rotativo são tão altos? As taxas são altas devido ao alto risco de inadimplência, custos operacionais dos bancos e a margem de lucro envolvida na operação.
- Vale a pena parcelar a fatura em vez de cair no rotativo? Sim, o parcelamento normalmente oferece taxas menores, porém ainda superiores à maioria dos outros tipos de crédito.
- Como posso evitar o rotativo? Pagando sempre o valor integral da fatura, mantendo o controle dos gastos e, se necessário, buscando alternativas de crédito mais baratas.
- A Selic influencia os juros do cartão de crédito? Sim, uma Selic mais alta eleva o custo do dinheiro para os bancos, que repassam isso para as taxas dos cartões.
- O que é spread bancário? É a diferença entre o que o banco paga para obter dinheiro e o que cobra no empréstimo ao consumidor. Inclui custos, impostos, riscos e lucro.
- Como funciona o parcelamento automático após o rotativo? Após 30 dias no rotativo, o banco costuma parcelar automaticamente o saldo. A taxa cai, mas ainda é alta.
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