Um dos gêneros textuais com os quais mais temos contato durante a nossa vida escolar é o romance. Esse gênero textual têm como principais características a narrativa longa e o texto escrito em prosa. Desde o século XIX, o romance é a forma literária mais popular do Ocidente. Por isso e por outros aspectos as obras escritas nesse gênero estão muito presentes nas aulas de literatura e também de Língua Portuguesa.
O surgimento do gênero textual romance remonta o século XVIII, alcançando o lugar de popularidade antes ocupado pelas epopeias, escritas em versos. O romance dispensa a presença de um herói, que era imprescindível nas epopeias, e tem maior extensão do que um conto ou uma novela. Desse modo, o gênero permite uma maior elaboração dos elementos que o compõe, como enredo e personagens.
Os romances geralmente apresentam narrativas de histórias fictícias sobre diversos temas. Por isso, é considerado um gênero textual aberto, com muitas possibilidade quanto a sua temática, linguagem utilizada e até mesmo quanto a sua estrutura. Nesse sentido, há diversos tipos de romance, são eles: monofônico, polifônico, fechado, aberto, linear ou progressivo, vertical ou analítico, e psicológico.
Um romance é composto por alguns elementos indispensáveis. Assim, o texto deve apresentar narrador, personagens, ação, trama, tempo e espaço. A depender do tipo do romance, um ou outro elemento ganha destaque. Nos romances psicológicos, por exemplo, não é incomum que os personagens secundários e a ação sejam pouco explorados.
O narrador diz respeito ao foco narrativo, ou seja, em que pessoa do discurso a história é narrada. O narrador pode ser personagem da história (1ª pessoa), pode ser narrador observador (3ª pessoa), que é aquele que narra apenas o que vê, ou pode ser um narrador onisciente (3ª pessoa). No caso do narrador onisciente, quem narra tem total conhecimento sobre os fatos da história, inclusive sobre os sentimentos e pensamentos de todas as personagens.
As personagens, por sua vez, são aquelas que estão envolvidos na trama. Elas podem ser principais ou secundárias e, no romance, costumam ser bem desenvolvidas, com uma boa descrição física e também com composição psicológica.
A ação é o acontecimento ou conjunto de fatos que desencadeia a trama, que é o enredo, ou seja, a história desenvolvida no romance. O espaço diz respeito ao local onde o enredo se ambienta, seja as ruas de uma cidade, uma casa ou uma praia, por exemplo.
Quanto à marcação temporal, um romance pode ser cronológico, de acordo com a linearidade temporal, ou pode ser psicológico. O tempo psicológico segue os pensamentos e as lembranças da personagem, de modo que pode intercalar cenas do presente e do passado sem ter necessariamente uma linearidade ou sequência de acontecimentos.
A historiografia brasileira é repleta de grandes escritores que escreveram romances canônicos. Entre esses escritores, podemos destacar Machado de Assis, que é autor de obras como “Dom Casmurro”, um dos romances mais emblemáticos da literatura brasileira, e “Esaú e Jacó”. Apesar do autor escrever obras em outros gêneros textuais, são os romances que marcam a sua trajetória literária.
Outros exemplos clássicos desse gênero textual na literatura brasileira são: “O Guarani”, de José de Alencar; “Vidas Secas“, um romance regionalista escrito por Graciliano Ramos; e, por fim, “Grande Sertão: Veredas”, de Guimarães Rosa.
Geralmente, um romance acompanha o período histórico e sociocultural da época de sua produção. Desse modo, as obras podem diferenciar-se umas das outras em vários aspectos.
E aí? Gostou do texto? Então deixe aqui o seu comentário!
Leia também Citação direta e indireta: como citar em seu texto de acordo com as regras da ABNT; saiba mais.