Reportagem é o nome dado ao gênero textual jornalístico que realiza a interação verbal entre os indivíduos, seja através da fala ou escrita.
O ser humano comunica-se e expressa as suas ideias e emoções através da linguagem. Os gêneros textuais são as representações dessa linguagem, que podem ser alteradas de acordo com o contexto em que são empregadas.
A reportagem é transmitida através dos veículos jornalísticos, como jornais impressos, revistas, sites, TVs e rádios. A sua principal função é informar.
Principais elementos da reportagem
A reportagem caracteriza-se por texto mais longo, com detalhes e informações que geralmente não são encontradas em outros tipos de escrita. Para a produção é necessário que o repórter faça um levantamento de dados, realize entrevista com pessoas relevantes para o caso e atenda todos os lados envolvidos, ou escute especialistas sobre o assunto relatado. Ela não mostra somente o fato, mas os encaminhamentos para o seu acontecimento.
O objetivo principal do texto deve ser o de informar. A reportagem cumpre uma função social, e não é feita somente de temas atuais. Qualquer fenômeno pode virar pauta para esse gênero textual.
A linguagem utilizada é simples e objetiva, como nos demais textos jornalísticos. É importante que se estabeleça uma relação com o leitor/ interlocutor. Pode-se também, na reportagem, fazer a observação do fato ocorrido através da interpretação.
Formato do texto
Como se trata de um gênero textual jornalístico, a reportagem não precisa obedecer uma estrutura determinada. O texto é mais livre, sendo necessário apenas se atentar para alguns elementos essenciais, que são:
Título: onde se coloca o tema da reportagem de forma clara e que atraia o interesse do leitor.
Subtítulo: é um título secundário, que pode apresentar outras informações relevantes do texto. Não é obrigatória a sua presença.
Lide (ou lead): é basicamente um resumo do texto, colocado no seu primeiro parágrafo, situando o leitor sobre o que ele vai ler a seguir. As informações são colocadas de acordo com a relevância, ou seja, o mais importante é dito antes.
Corpo do texto: são as demais informações sobre o fato. Comparando com um texto dissertativo, seria o seu desenvolvimento.
Reportagem X Notícia
Reportagem e notícia são a mesma coisa? Essa pergunta é bem comum, já que os dois tipos de gêneros textuais apresentam bastante semelhanças. Para entender como funciona cada uma delas, portanto, é necessário prestar atenção justamente nas suas diferenças.
A notícia precisa ser dada logo após o fato acontecer. Por conta disso, as vezes as informações não são suficientes. É necessário um tempo maior para apurar o que aconteceu, e oferecer ao leitor uma maior riqueza de detalhes. Esse é o papel da reportagem.
A notícia é mais curta, já reportagem é mais longa, e explica o desdobramento do caso, o que foi necessário para que ele acontecesse. Outra característica importante que faz a diferenciação entre ambas é que a reportagem escuta diversas fontes, especialistas e os vários lados da mesma história.
Perceba nos exemplos como a diferença entre os dois gêneros existe:
Exemplo de reportagem
É possível fazer uma poupança de vida
Cardiologista do Hospital Albert Einstein afirma que é possível mudar hábitos para planejar um futuro mais saudável e evitar várias doenças
Como diz o dito popular: “quem poupa tem”. Seja juntando moedinhas ou investindo quantias mais polpudas em aplicações de fundo fixo, o importante é pensar no futuro. Transportar essa prática para a saúde pode parecer uma ideia absurda, mas, na verdade, faz sentido. É o que garante o cardiologista Marcelo Katz, da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein, em São Paulo. O médico aponta que uma mudança de comportamento hoje é capaz de prevenir uma série de doenças no futuro. Comer melhor, fazer exercícios, parar de fumar, diminuir o estresse são alguns dos hábitos que reduzem as chances de sofrer com doenças cardiovasculares e até afastar o câncer. Criar resoluções de fim de ano com promessas mirabolantes ou planejar que no próximo verão estará apto para expor o corpo nas areias do litoral brasileiro não ajudam. “Prevenir é melhor do que tratar. As pessoas precisam medir como enfrentar as barreiras para melhorar a qualidade de vida para usufruir dos benefícios”, garante o especialista.
Desafio maior na proposta para o novo estilo de vida é enfrentar o estresse. Inegavelmente este é o problema que depende de uma mudança mais delicada. Mesmo que um indivíduo decida trocar a vida em um grande centro urbano para uma realidade mais pacata, as preocupações e problemas ainda existirão. O fundamental é aprender a lidar com as questões, seja com atividade física, tratamento psicológico ou meditação. “As diferentes formas de meditação têm um fator muito positivo na melhora de ansiedade e depressão. Adotar um método depende de cada um. Hoje, há uma série de aplicativos de celular que ensinam a praticar a meditação. É um exercício, deve-se tentar sempre. O corpo gosta da repetição e se acostuma, mas não é possível negligenciar o estresse”, aponta Katz. O suporte social é uma questão fundamental para alcançar o objetivo de poupar saúde. Muitas vezes é preciso conversar em família para mudar os hábitos e as melhorias acabam chegando a todos. “É como a máscara de oxigênio que cai no avião despressurizado. Primeiro a pessoa precisa usar em si mesma, para só depois ajudar o outro”, compara.
De olho no futuro, pequenos ganhos são mais valiosos que escolhas radicais. Se a pessoa faz zero de atividade física hoje e começa a praticar um pouquinho, é muito mais do que ela realizava no passado. “No dia a dia do consultório, vejo que a melhor forma de mudar é perceber onde cada pessoa está disposta a ceder. Às vezes, é fazendo exercícios, em outras, comendo melhor. E acaba que uma mudança vem junto com a outra. Quando se planeja fazer algo muito grande, radical, as pessoas acabam desistindo”, explica o cardiologista. Segundo ele, as pessoas tendem a achar que o estado do organismo é um aos 20, 30, 40, sem interligação entre as décadas vividas. Em meio a tantas tarefas e problemas do cotidiano, a saúde acaba negligenciada. “As perdas do que se deixa de fazer são imediatas, apesar de os piores resultados demorarem a aparecer. As pessoas tendem a se cuidar quando algo acontece no entorno. O autocuidado fica em quarto, quinto, sexto lugar na lista de prioridades. Que bom seria se tivéssemos no nosso mindset um olhar para nós mesmos, de que precisamos nos priorizar”, convida Katz. E por que não começar hoje? Não deixe para 2019.
(Pedro Moraes, para o jornal Folha de Londrina, em 29 de dezembro de 2018)
Exemplo de notícia
Menina morre asfixiada dentro de carro no litoral de SP
Criança de 3 anos foi encontrada desacordada neste domingo. Segundo a família, ela tinha o costume de brincar dentro do carro.
Uma menina de 3 anos morreu asfixiada dentro de um carro em Caraguatatuba, no litoral norte de São Paulo, neste domingo (9). O acidente aconteceu no bairro Indaiá.
De acordo com a polícia, a família percebeu que a menina havia sumido na hora do almoço. A criança foi encontrada já desacordada dentro do carro. Um bombeiro que estava de folga tentou reanimá-la, mas não foi possível.
Um inquérito foi aberto para apurar o caso. Parentes da menina prestaram depoimento. A família disse que a criança tinha o hábito de brincar dentro do carro.
(Notícia do portal G1, em 10 de janeiro de 2011)