Você tem a impressão de que os salários estão menores e está mais difícil também achar um emprego? Saiba que um levantamento apontou que a renda média dos trabalhos é a menor desde 2017. Os dados são Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) e as informações são do G1.
Neste ano a renda média do trabalho ficou em R$ 2.433, a diminuição foi de 7% em relação ao ano passado que era de R$ 2.613. Em paralelo a isso, o brasileiro ainda precisa conviver com o aumento do preço do gás de cozinha, dos alimentos, da gasolina, o que aumenta o custo de vida e diminui o poder de compra.
O número alto de desempregados também é uma realidade no país e tendência de trabalho não é muito animadora:
“Ainda são mais de 14 milhões de desempregados e a tendência é que as pessoas voltem subocupadas, ou seja, trabalhando menos horas do que gostariam e em empregos informais. Com mais gente nesses empregos que pagam menos, o rendimento médio vai cair mais. E as perspectivas de aumento da inflação só prejudicam ainda mais o quadro”, afirma Bruno Ottoni, pesquisador do IDados e autor do estudo, de acordo com o G1.
O pesquisador também disse que o aumento de renda em 2020, na verdade, foi artificial, pois áreas de baixa remuneração concentram o maior número de desempregados, entre eles informais e profissionais sem ensino superior.
Em outras palavras, como há menos vagas de trabalho para as pessoas que recebem menos, os números passam a sensação que o brasileiro está ganhando mais, já que os salários menores abaixariam a média.
Os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério da Economia também apontam que a média do salário de contratação também caiu sendo R$ 1.802 em julho, o que significa uma diminuição real de -R$ 22,72.
Retomada dos setores vai reduzir renda média do trabalho
A pesquisa também apontou que as vagas de trabalho de restaurantes, o setor de lazer e os serviços domésticos, que estão as que pagam o menor salário do Brasil, também devem reduzir a média salarial.
“Quando as pessoas começarem a conseguir novamente empregos nesses serviços tradicionais, como a renda desse setor é mais baixa, isso provavelmente também vai puxar o rendimento médio para baixo”, afirma Ottoni.
Além disso, a previsão para o desemprego não é das melhores, a taxa deve ficar acima de 12% até o final de 2022 e pode ficar ainda pior se a crise hídrica piorar e o Produto Interno Bruto (PIB) cair, outras variáveis são a inflação e taxa de juros.