De acordo com uma nova pesquisa da Panorama Mobile Time/Opinion Box, o reconhecimento facial tem ganhado espaço como forma de realizar autenticações de transações e desbloquear o smartphone. A edição do estudo de novembro de 2021 aponta que a tecnologia foi a única a crescer na comparação com a pesquisa de um ano atrás. Em doze meses, subiu de 20% para 29% a proporção de brasileiros com smartphone que já experimentaram o reconhecimento facial como meio de acesso a serviços digitais no dispositivo.
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O reconhecimento facial fica atrás apenas da leitura de digital, permaneceu em primeiro lugar, estagnada em 45%. A pesquisa aponta que o sistema operacional faz diferença no uso de biometria digital no smartphone. Entre usuários de iPhone, por exemplo, metade já experimentou o reconhecimento facial, contra 26% daqueles com aparelhos Android.
Isso se reflete na preferência do usuário: entre os fãs da Apple, o reconhecimento facial é o meio de autenticação preferido para 37% deles. Entre os usuários de Android, apenas 11% preferem ele. Mas no índice geral, somando todos os sistemas operacionais, a digital aparece como a líder, com 39%. O reconhecimento facial, no entanto, foi a única opção na lista apresentada que registrou crescimento acima da margem de erro, passando de 11% para 14%.
Quando a pergunta é invertida para qual o meio de autenticação mais difícil e desconfortável, os campeões são tecnologias ainda pouco utilizadas, como o o escaneamento de íris (23%) e o reconhecimento de voz (18%). O recebimento de token por SMS (17%) aparece apenas em terceiro lugar, superando o reconhecimento facial, com 16%.
Maioria dos brasileiros confia mais na digital
Em termos de segurança, o brasileiro confia mais na leitura de digital (31%) do que nas senhas (19%) ou no reconhecimento facial (17%). Contudo, em um intervalo de um ano, a leitura de digital perdeu cinco pontos percentuais; a senha caiu dois; e o reconhecimento facial cresceu três. Isso também indica o aumento de popularidade da tecnologia no País.
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Entre usuários de Android, o meio considerado mais seguro é a leitura de digital (32%), seguido por senha (20%). Entre aqueles com iPhone, o reconhecimento facial lidera (32%) e a leitura de digital (21%) aparece em segundo lugar no quesito segurança.
O estudo destaca uma variação por faixa etária na percepção de segurança da leitura de digital. O grupo mais jovem, de 16 a 29 anos, é aquele que mais confia na segurança dessa tecnologia (34%). O percentual cai para 32% no grupo de 30 a 49 anos e diminui para 25% naquele com 50 anos ou mais.
Quando perguntado o contrário, ou seja, qual meio de autenticação consideram menos seguro, a senha aparece em primeiro lugar (27%), o que mostra que nem todos os brasileiros confiam nas senhas. Na sequência, o meio de autenticação menos seguro seria o envio de token por SMS (23%) e pelo reconhecimento de voz (16%).
Digital é a forma de desbloqueio mais usada
Quase a metade dos brasileiros (47%) desbloqueia seu celular com sua digital, enquanto 34% preferem usar uma senha, seja desenhada (20%) ou numérica (14%). Apenas 10% desbloqueiam com o rosto, proporção que sobe para 43% entre donos de iPhone. A pesquisa destaca que a facilidade e rapidez no desbloqueio do iPhone por reconhecimento facial é um dos motivos para essa tecnologia ter ganhado tanta popularidade junto a esse segmento nos últimos 12 meses.
Outro ponto de atenção é a preferência das pessoas mais velhas pelo uso de senhas. Quase metade (45%) dos brasileiros com 50 anos ou mais desbloqueiam o celular com senha, seja desenhada (26%) ou numérica (19%). É o grupo com a menor utilização da leitura de digital para desbloqueio (33%), enquanto entre os jovens de 16 a 29 anos 55% preferem esse meio de autenticação.
Metodologia da pesquisa
A Panorama Mobile Time/Opinion Box – Senhas e biometria no Brasil foi produzida por uma parceria entre o site de notícias Mobile Time e a empresa de soluções de pesquisas Opinion Box. Cerca de 2,1 mil brasileiros que acessam a Internet e possuem smartphone foram entrevistados de forma on-line entre 20 e 27 de outubro de 2021. A pesquisa tem validade estatística, com margem de erro de 2,1 pontos percentuais e grau de confiança de 95%.