A recente política provisória de queda de impostos no setor automotivo anunciada pelo Governo Federal ainda não está em vigor, porém, já causa rebuliço no mercado e leva os consumidores a questionarem como isso impactará os preços dos carros mais baratos no Brasil. Para entender melhor essa situação, vamos analisar as informações disponíveis até o momento e estimar os possíveis valores dos veículos com base nas novas regras.
O ministro de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, informou que haverá cortes de impostos de 1,5% a 10,79% nos modelos de até R$ 120 mil. Os tributos contemplados pelos cortes são IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), PIS (Programa de Integração Social) e COFINS (Contribuição para Financiamento da Seguridade Social). Vale destacar que esses descontos estão condicionados a algumas regras impostas às montadoras.
Quais são as regras para obter o desconto máximo nos impostos?
Para os veículos alcançarem o desconto máximo de 10,79%, será necessário que sejam compactos, possuam alto índice de componentes nacionais e poluam menos. Além disso, eventuais cortes ou descontos extras podem ser efetuados pelos estados, se julgarem necessário.
Apesar da intenção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do governo de estabelecer preços inferiores a R$ 60 mil para modelos de entrada, essa meta dificilmente será alcançada e a medida deve durar apenas de 3 a 4 meses, segundo o ministro Fernando Haddad.
Estimativa de preços: como ficarão os valores dos 10 carros mais baratos do Brasil?
Com base nas variáveis anunciadas por Alckmin, elaboramos uma lista dos 10 carros mais baratos do Brasil e suas respectivas versões de entrada, considerando os descontos decrescentes propostos. Vale lembrar que os critérios exatos para os descontos e a porcentagem que cada regra representará no preço inicial do carro ainda não foram divulgados pelo governo.
Como as informações oficiais ainda não estão disponíveis, as estimativas apresentadas aqui são meramente ilustrativas. No entanto, é possível ter uma ideia de como o mercado automotivo deverá ser afetado pela política provisória de queda de impostos quando as medidas entrarem em vigor.
Modelo | Preço Atual | Preço Novo | Desconto (%) |
Fiat Mobi | R$ 68.990 | R$ 61.573 | 10,75% |
Renault Kwid | R$ 68.990 | R$ 61.573 | 10,75% |
Peugeot 208 | R$ 69.990 | R$ 62.466 | 10,75% |
Citroën C3 | R$ 72.990 | R$ 66.420 | 9% |
Fiat Argo | R$ 79.790 | R$ 72.608 | 9% |
Renault Stepway | R$ 79.990 | R$ 72.790 | 9% |
Volkswagen Polo Track | R$ 81.370 | R$ 74.860 | 8% |
Hyundai HB20 | R$ 82.290 | R$ 75.706 | 8% |
Chevrolet Onix | R$ 84.390 | R$ 77.638 | 8% |
Como calcular o desconto na compra de um veículo popular?
Para determinar o valor do desconto, é necessário somar os pontos atribuídos ao veículo em cada um dos critérios estabelecidos pelo governo.
Os descontos para automóveis e veículos comerciais leves variam de R$ 2 mil a R$ 8 mil, enquanto os veículos de transporte terão descontos de acordo com o tipo de carga e quantidade de pessoas transportadas.
Um carro precisa acumular uma quantidade mínima de pontos para que o comprador consiga abater o valor no preço final. Por exemplo, para que um automóvel receba o desconto máximo de R$ 8 mil, ele precisa atingir pelo menos 90 pontos no somatório das categorias.
Quais são os critérios para obter os descontos?
Os critérios utilizados no programa para determinar a pontuação dos veículos são baseados em aspectos sociais, ambientais e industriais. Assim, carros que atendam aos seguintes requisitos terão maior pontuação e, consequentemente, descontos mais expressivos:
- Fonte de energia: veículos híbridos ou movidos a etanol receberão mais pontos;
- Consumo energético: carros mais econômicos terão pontuação mais alta;
- Preço público sugerido: os carros de menor valor entrarão na categoria de maior desconto;
- Densidade produtiva: veículos com maior índice de produção nacional terão melhores descontos.
Como o governo pretende financiar o programa?
Para custear o programa, o governo brasileiro planeja antecipar a retomada da cobrança de impostos sobre o óleo diesel, como PIS e Cofins, que inicialmente estava prevista para janeiro de 2024.
A medida deve gerar R$ 2 bilhões em arrecadação até o ano que vem, valor superior aos R$ 1,5 bilhão necessários para viabilizar a redução do preço dos carros, caminhões e ônibus.
Além disso, o governo também pretende conceder créditos tributários às empresas do setor automobilístico, permitindo que elas abatam pagamentos de impostos futuros.
Impacto esperado no mercado automobilístico
A iniciativa deverá aquecer o mercado interno de veículos, tornando os carros mais acessíveis para a população e contribuindo para a retomada do setor automobilístico no país.
Ademais, ao priorizar veículos ecologicamente mais sustentáveis e com maior densidade produtiva nacional, a medida busca incentivar a produção local e a adoção de carros menos poluentes pelos brasileiros.