Uma nova pesquisa realizada pela IDC Latin America aponta que 95% dos brasileiros dizem ter algum conhecimento sobre o 5G. O resultado coloca o País bastante à frente da média da região – que é de 75% – e demonstra o destaque que o assunto tem tido no Brasil recentemente.
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Os dados fazem parte da LATAM Consumer Future of Connectedness Survey, estudo que ouviu mais de 3 mil pessoas em toda a América Latina, sendo 723 brasileiros, e que visa compreender as expectativas dos consumidores pela chegada da conectividade sem fio de quinta geração.
Segundo os pesquisadores da IDC Brasil, consultoria de inteligência de mercado com foco em Tecnologia da Informação e Telecomunicações (TIC), existe uma clara percepção do público sobre o impacto que a nova tecnologia pode causar na forma como consumimos internet. Apesar de apenas 36% dos brasileiros dizerem que conhecem bem o 5G, 84% acreditam que ele irá transformar totalmente a maneira como consumimos dados.
Ainda sobre o potencial impacto transformacional que a tecnologia pode ter na vida das pessoas, as atividades relacionadas ao entretenimento se destacam nas expectativas do público. Para 82% dos brasileiros, o 5G deve transformar totalmente a maneira como consomem vídeos (streaming), enquanto 74% concordam que a tecnologia mudará completamente a forma como trabalham, mesmo percentual que acredita na transformação do modo de comprar on-line. Em seguida, 72% acham que a nova tecnologia modificará o jeito de jogar e 71% o de estudar.
Para a IDC, foi uma surpresa ver como as pessoas imaginam usar o 5G em suas rotinas, já que 44% dos entrevistados esperam utilizá-lo com aplicações de realidade virtual e aumentada, tecnologias que demandam software e hardware específicos. Streaming (39%), vídeos em redes sociais (38%) e games (29%) completam a lista.
Migração para o 5G é vontade da maioria
Outros dados relevantes trazidos pela pesquisa são que apenas 22% dos entrevistados brasileiros afirmaram que certamente migrarão para um plano 5G nos próximos 12 meses, enquanto 42% deverão migrar.
Os outros 34% restantes não têm certeza se farão ou não a troca. Entre aqueles que não estão interessados na substituição do plano, as justificativas principais estão relacionadas aos seus aparelhos atuais, já que 39% estão felizes com seus dispositivos não-aptos à tecnologia e 34% trocaram de smartphone recentemente e teriam que mudar mais uma vez. Para 22%, o motivo para não fazer o upgrade está relacionado a um possível custo adicional.
A análise da IDC Brasil explica ainda aponta que há uma preocupação dos consumidores sobre a segurança de seus dados pessoais. Cerca de dois terços dos entrevistados brasileiros (67%) afirmaram já restringir a utilização de determinados aplicativos em razão do tráfego gerado de dados.
Isso acontece porque incidentes de segurança em smartphones já impactaram 15% dos brasileiros e 14% dos entrevistados dos outros países da América Latina. Com mais serviços e mais conectividade, a tendência é que esse número aumente.
5G fica para setembro
A disponibilidade do 5G nas capitais do Brasil deve acontecer até setembro, estendendo em dois meses o prazo inicial que as operadoras tinham. Isso porque o Gaispi, grupo que coordena a implantação da nova tecnologia no País, recomendou ao Conselho Diretor da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) que faça uma prorrogação de 60 dias para o início da nova tecnologia. Inicialmente, conforme o edital de regras do leilão do 5G no país, a nova tecnologia deveria começar nas capitais até 31 de julho deste ano.
A proposta do Gaispi, no entanto, não representa, necessariamente, o adiamento do 5G. A intenção é apenas conceder um prazo adicional para cumprimento das obrigações necessárias à ativação da tecnologia. Segundo o grupo, isso ocorre por dificuldades técnicas enfrentadas em algumas regiões, sendo que estava previsto no leilão uma extensão do prazo caso algo do tipo ocorrese.
O Gaispi explica que nas capitais onde já houver condições técnicas, o sinal poderá ser passível de liberação antes do prazo previsto. Seja como for, o edital já previa a possibilidade de adiamento em 60 dias do prazo máximo de início da tecnologia.