Quase metade dos domicílios brasileiros são sustentados por mulheres
De acordo com levantamento da Consultoria IDados, realizado com base nos números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o número de mulheres responsáveis por bancar os domicílios brasileiros cresce a cada ano. Atualmente, o número já é de 34,4 milhões. Ou seja, quase metade dos lares brasileiros são sustentados por mulheres. A situação é diferente do que era visto há alguns anos.
Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), em 1995, os domicílios brasileiros sustentados por mulheres eram de 25%. Em 2018, eram 45% dos lares brasileiros. Um dos motivos para o aumento dos lares brasileiros sustentados por mulheres foi o crescimento da participação feminina no mercado de trabalho.
“As mulheres ocupam um espaço cada vez maior do mercado de trabalho e vêm alcançando maiores remunerações, apesar de a desigualdade salarial entre gêneros ainda persistir. Por isso, contribuem cada vez mais com a renda das famílias”, afirmou Luana Simões, pesquisadora do Ipea.
O movimento se intensificou nos últimos anos. Entre 2014 e 2019, quase 10 milhões de mulheres brasileiras passaram a sustentar seus lares. Ao mesmo tempo, 2,8 milhões de homens perderam essa posição entre 2014 e 2019.
“A participação feminina entre os chefes de domicílio evolui desde 2012, ao passo que a masculina cai. Mas cresceu especialmente durante a crise, porque, na recessão, os homens sofreram mais com a perda de emprego e com a redução salarial, fazendo com que mais mulheres se tornassem as responsáveis por prover a renda de casa”, afirmou Ana Tereza Pires, pesquisadora da consultoria IDados.
De acordo com o Ipea, cerca de 43% das mulheres que sustentam seus lares atualmente no Brasil vivem em casal. Deste total, 30% têm filhos e 13% não têm. O restante das 34,4 milhões de mulheres responsáveis pelo lar se dividem entre 32% de mulheres solteiras com filho, 18% de mulheres que vivem sozinhas e 7% de mulheres que dividem a casa com amigos ou parentes.