Quando usar há ou a?
Acompanhe as dicas para eliminar as dúvidas
Há ou a são duas palavras parecidas, quanto a sonoridade. Isso ocorre porque a letra h, ao ser pronunciada, não possui um som próprio, e sim do artigo ou consoante que a acompanha. Entretanto, há ou a têm grafias distintas, assim como seus significados.
Essas palavras, chamadas de homófonas, são comuns Língua Portuguesa. Possuem semelhanças no som e na grafia, mas têm significados completamente diferentes. Então, para não cometer erros é necessário ficar atento aos detalhes dessas palavras e hoje você vai aprender mais sobre há ou a.
Quando usar o “a”
Há ou a possuem o mesmo som, mas com significados diferentes. O “a” é um artigo definido que aparece antes do substantivo, e indica um fato que irá ocorrer, ou seja, uma ação futura. O “a” também é usado quando nos deseja dar a indicação de distância.
Exemplo:
– Daqui a três anos irei morar nos Estados Unidos.
– Estamos morando a cinco quilômetros da rodoviária.
O “a” ainda pode apresentar as variações “à” e “á”. A primeira possibilidade de grafia significa a junção e contração de duas vogais: o artigo definido a e a preposição a. Para isso, é utilizado o acento grave para indicar crase.
Conheça algumas regras para o uso da crase
- A crase aparece de alguns verbos que apontem destino: ir, vir, voltar, entre outro.
- Semana que vem vou à Espanha.
- Precede palavras femininas. Ou seja, antes de palavras do gênero masculino não se usa a crase.
- Fomos à praia esse final de semana.
- Empregada nos pronomes demonstrativos: àquele, àquilo e àquela.
- Não devemos voltar àquele lugar no verão.
- O “à” com crase também é usado nas locuções adverbiais, prepositivas e conjuntivas tais como: à medida que, às pressas, às vezes, à tarde, à noite, etc.
- Saímos à tarde para comprar lanches.
Já o “á” com acento agudo não é utilizado sozinho. Ele é empregado na sílaba tônica (mais forte) de uma palavra. É necessário saber as regras de acentuação para aplicá-las de forma correta.
Exemplos de palavras com “á”:
- Sofá
- Água
- Fácil
- Árvore
- Lápis
Dica: se o verbo haver não tiver o sentido de “existir” e nem de tempo passado, deve-se usar o “a”.
Exemplos:
– Daqui a pouco ela irá chegar de viagem;
– Estamos a dez minutos de casa.
Substantivos
Conforme explicado, o artigo aparece antes do substantivo. Vamos relembrar o que são essas palavras? Os substantivos classificam as pessoas, objetos, instituições, lugares, animais, entre outros. Vamos ver agora os tipos de substantivos e alguns exemplos.
Substantivos simples e compostos
Os substantivos simples apresentam um radical.
Exemplos: livro – caneta – papel – casa – flor
Os compostos são aqueles que apresentam dois ou mais radicais.
Exemplos: guarda-roupa – girassol – passatempo – pombo-correio
Substantivos primitivos e derivados
Os substantivos primitivos recebem esse nome porque não provém de nenhuma outra palavra da língua portuguesa.
Exemplos: folha – árvore – fruta – terra
Os substantivos derivados são formados de palavras já existentes.
Exemplos: terreiro – pedregulho – folhagem – florista
Substantivos concretos e abstratos
Os substantivos coisas palpável e os abstratos seres imaginários.
Exemplos substantivos concreto: saci – sereia – cão – homem – água – fada
Exemplos substantivos abstratos: honestidade – tristeza – amor – beijo – abraço – felicidade
Substantivos comuns e próprios
Os substantivos comuns indicam indivíduos de uma espécie.
Exemplos: animal – país – praça – mulher – cidade
Os próprios indicam um indivíduo particular, único, próprio a uma espécie.
Exemplos: Marcos – Avenida dos Alpes – Praça dos Três Poderes – França
Substantivos coletivos
Os substantivos coletivos nomeiam um grupo de seres de determinada espécie.
Exemplos: biblioteca – fauna – matilha – manada – penca – batalhão
Quando usar o “há”
Devemos usar o “há” quando o verbo haver é impessoal – sem sujeito – e o seu sentido é de existir. O “há” representa uma forma do verbo haver.
Se surgir dúvida entre o há ou a, deve se usar o “há” quando o verbo haver assumir o sentido de existir.
Exemplo:
– Há (existe) um modo mais fácil de fazer esse cálculo.
Outra diferença entre há ou a é que há também é utilizado quando o verbo haver expressa tempo passado.
Exemplo:
– Há (faz) muito tempo não vou visitá-la.
Nas orações que indicam tempo, para saber se usar há ou a devemos substituir a forma por faz. Caso não mude o sentido da frase, emprega-se o há.
Exemplos:
– Há dois anos que eu não tirava férias.
Substituindo por “faz”:
– Faz dois anos que eu não tirava férias.
Dica: não se deve utilizar a expressão “há muitos anos atrás”. Isso porque quando o verbo haver já expressa o sentido de tempo passado, colocar a palavra atrás, torna a frase redundante. A forma correta é: “há muitos anos” ou “muitos anos atrás”.
Verbo
O “há” é uma forma do verbo haver. Mas, o que é verbo? É a classe gramatical de palavras que pode, ser flexionadas quanto à pessoa, número, tempo, modo e voz. O verbo pode indicar ação, estado, fenômeno, ocorrência, desejo.
Os verbos podem ser classificados em:
Verbos regulares – mantém o radical em toda sua conjugação
Exemplo: cantar, partir, vender
Verbos irregulares – apresentam alteração de radical ao longo da conjugação.
Exemplo: estar, ser, pedir
Verbos defectivos – não se usam em alguns tempos, modo ou pessoa.
Exemplo: chover, nevar
Modos Verbais
Existem ainda os modos verbais, que são as diferentes formas que o verbo assume de acordo com atitude de quem fala em relação àquilo que está a dizer. So eles:
Modo Indicativo – Apresenta o fato como uma realidade, uma certeza.
Exemplo: Os alunos faltaram às aulas.
Modo Subjuntivo – Apresenta o fato como um desejo, uma possibilidade, uma dúvida.
Exemplo: Meu pai quer que eu estude mais
Modo condicional – Apresenta o fato como uma hipótese, dependendo de uma condição.
Exemplo: Se não houvesse transportes, os alunos faltariam às aulas.
Modo infinitivo – A presenta o fato de maneira abstrata
Exemplo: Faltar às aulas acontece.
Atenção!
Nas frases negativas, o imperativo é substituído pelo subjuntivo. O mesmo ocorre nas frases afirmativas, na linguagem familiar, sempre que o imperativo não tem formas próprias.
Exemplo: Não faltem às aulas, por favor! / Venham às aulas, meninos!