Quando a queda na taxa de juros vai impactar o crédito imobiliário

Quando a queda na taxa de juros vai impactar o crédito imobiliário

Depois da primeira redução da taxa de juros em 2023, cidadãos querem saber quando o crédito imobiliário vai ficar mais barato

Quem está pensando em financiar um imóvel, certamente comemorou quando o Conselho Monetário do Banco Central (Copom) decidiu reduzir a taxa de juros. Com a decisão, a taxa Selic caiu de 13,75% para 13,25% ao ano. Mas esta queda de 0,5 ponto ainda não está impactando diretamente o crédito imobiliário no Brasil.

A pergunta que fica agora é: quando é que a redução na taxa Selic vai impactar este sistema? Embora não exista uma verdade absoluta sobre este tema, o fato é que analistas estão fazendo as suas apostas. Vale lembrar que o Banco Central sinalizou que novos cortes na taxa de juros deverão ser feitos no decorrer deste ano.

O que dizem os especialistas

Desde maio, as taxas para os tomadores de crédito estão estacionadas em cerca de 11% ao ano. Os mais pessimistas afirmam que não há perspectiva para redução da taxa para o crédito imobiliário em 2023. Eles acreditam que existem outras razões que precisam ser consideradas para além da Selic.

“Os repórteres do Valor (Valor Econômico, jornal especializado em economia), falaram com representantes de muitos bancos para saber se vai cair, e a perspectiva é de que não caia até o final do ano porque existe um outro problema: tá faltando dinheiro para os bancos emprestarem no crédito imobiliário”, disse o economista Alex Ribeiro em debate na emissora Globo News.

“Por que? Porque este dinheiro que os bancos emprestam no crédito imobiliário vem da caderneta de poupança. A gente tem visto desde o ano passado saques muito fortes na caderneta de poupança, foram sacados R$ 100 bilhões no ano passado. Neste ano, de janeiro a julho, foram sacados R$ 70 bilhões. As pessoas estão tirando o dinheiro da poupança, que estava rendendo menos e colocando mais em outros investimentos que rendiam mais. Então tem que ter uma normalização nessas captações da poupança para os bancos terem dinheiro para poderem canalizar para o crédito imobiliário”, explicou ele na mesma entrevista.

Redução da taxa de juros

Como dito, no início do mês, o Copom decidiu reduzir a taxa de juros em 0,5 ponto, assim como queria o Governo Federal. Depois de muitas críticas, a maioria dos diretores que participaram da reunião optaram por uma redução mais robusta, a primeira desde 2022.

Quando a queda na taxa de juros vai impactar o crédito imobiliário
Roberto Campos Neto votou por redução de 0,5 ponto na Selic. Imagem: Marcelo Camargo/ Agência Brasil

Para além da redução indicada neste mês de agosto, o Banco Central também fez uma sinalização de que novas quedas de igual tamanho deverão ser aplicadas no decorrer deste ano de 2023. A ideia é aplicar mais reduções de 0,5 ponto nos próximos meses.

Dentro do mercado financeiro, por exemplo, já há quem aposte que a Selic vai fechar o ano em algo em torno dos 11% ao ano. Caso a aposta seja confirmada, haverá um impacto direto na vida de milhões de brasileiros de todas as regiões do país. Afinal de contas, a Selic é a base para todas as cobranças de juros do Brasil.

Bancos 

Um dos primeiros impactos já confirmados foi a redução da taxa de juros para o consignado do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Bancos como Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil já confirmaram que deverão reduzir estas cobranças depois da decisão do Banco Central de reduzir a Selic.

  • Na Caixa Econômica Federal

Na Caixa Econômica Federal, a redução do consignado foi de 1,74% para 1,70% para aposentados e pensionistas do INSS“Com a diminuição, em um contrato com valor líquido de R$ 10 mil, em 84 meses, o cliente passa a economizar um valor superior ao de uma prestação ao final do pagamento do contrato”, disse a instituição financeira.

  • No Banco do Brasil

No Banco do Brasil, a taxa de juros caiu de 1,81% ao mês para 1,77% ao mês nesta faixa mínima. Para a a faixa máxima, a redução foi de 1,95% para 1,89% ao mês. Além disso, a instituição também confirmou que vai aplicar reduções no desconto de título, capital de giro, conta garantida e outros produtos. Nestes casos, as reduções deverão variar de acordo com o perfil do cliente.

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