Na linguagem coloquial, ou seja, na linguagem do dia a dia, usamos as palavras conforme as situações que nos são apresentadas. Por exemplo, quando alguém diz a frase Isso é um castelo de areia, pode atribuir a ela sentido denotativo ou conotativo: Em sentido denotativo, é a construção feita na areia da praia em forma de castelo; em sentido conotativo, ocorrência incerta, sem solidez.
Denotação: É o uso do signo em seu sentido real, ou seja, o uso da palavra em seu sentido original.
Conotação: É o uso do signo em sentido figurado, simbólico, ou seja, o uso da palavra, dando-lhe outro significado, que não o original; um sentido figurado.
Por exemplo: Ao usarmos a palavra corda com o sentido de, segundo o Houaiss, feixe alongado de fibras vegetais (sisal, cânhamo, etc.) ou matéria flexível similar, torcidas em espiral, de grossura e comprimento variáveis, usamo-la no sentido real, original. Isso é denotação. Eis uma frase:
– A corda era muito fina, por isso não resistiu ao peso dele e se arrebentou.
Ao usarmos a palavra corda com o sentido de, segundo o Houaiss, boa disposição física e mental; energia, vigor, usamo-la no sentido figurado. Isso é conotação. Eis uma frase:
– Hoje ele está com a corda toda.
Para que seja cumprida a função social da linguagem no processo de comunicação, há necessidade de que as palavras tenham um significado, ou seja, que cada palavra represente um conceito. Essa combinação de conceito e palavra é chamada de signo. O signo linguístico une um elemento concreto, material, perceptível (um som ou letras impressas) chamado significante, a um elemento inteligível (o conceito) ou imagem mental, chamado significado.
Por exemplo, a abóbora é o significante – sozinha ela nada representa; com olhos, nariz e boca, ela passa a ter o significado do Dia das Bruxas, do Halloween.
Signo = significante + significado.
Significado = ideia ou conceito (inteligível)
O emissor, ao transmitir uma mensagem, sempre tem um objetivo: informar algo, demonstrar seus sentimentos, convencer alguém a fazer algo, entre outros; consequentemente, a linguagem passa a ter uma função, que são as seguintes:
Função Referencial
Função Conativa
Função Emotiva
Função Metalinguística
Função Fática
Função Poética
Obs.: Em um mesmo contexto, duas ou mais funções podem ocorrer simultaneamente: uma poesia em que o autor discorra sobre o que ele sente ao escrever poesias tem as linguagens poética, emotiva e metalinguística ao mesmo tempo.
Quando o objetivo do emissor é informar, ocorre a função referencial, também chamada de denotativa ou de informativa. São exemplos de função denotativa a linguagem jornalística e a científica. Por exemplo:
– Numa cesta de vime há um cacho de uvas, duas laranjas, dois limões, uma maçã verde, uma maçã vermelha e uma pera.
O texto acima tem por objetivo informar o que contém a cesta, portanto sua função é referencial.
Ocorre a função conativa, ou apelativa, quando o emissor tenta convencer o receptor a praticar determinada ação. É comum o uso do verbo no Imperativo. Por exemplo:
– Compre aqui e concorra a este lindo carro
É uma tentativa do emissor de convencer o receptor a praticar a ação de comprar ali.
Quando o emissor demonstra seus sentimentos ou emite suas opiniões ou sensações a respeito de algum assunto ou pessoa, acontece a função emotiva, também chamada de expressiva. Por exemplo:
– Nós o amamos muito!
É a utilização do código para falar dele mesmo: uma pessoa falando do ato de falar, outra escrevendo sobre o ato de escrever, palavras que explicam o significado de outra palavra. Por exemplo:
– Escrevo porque gosto de escrever. Ao passar as ideias para o papel, sinto-me realizado…
A função fática ocorre quando o emissor quebra a linearidade de sua comunicação, a fim de observar se o receptor o entendeu. São perguntas como não é mesmo? Você está entendendo? Cê tá ligado? Ouviram? Ou frases como alô! oi.
É a linguagem das obras literárias, principalmente das poesias, em que as palavras são escolhidas e dispostas de maneira que se tornem singulares. Por exemplo:
CLÍMAX
No peito a mata
aperta o pranto
do olhar do louco
pra meia-lua.
O clímax da noite,
escorrendo orvalho como estrelas,
refletindo nas águas
da cachoeira gelada.
Cabeça caída, cabelos escorridos,
pelos eriçados pela emoção nativista.
Segurem as florestas, mãos fortes,
decididas!
Ficar o vazio é não ter a noite
é não ter o clímax.
O clímax da vida!
(Dílson Catarino)