As profissões no Brasil estão sujeitas a diferentes alíquotas de impostos, o que resulta em uma distribuição desigual da carga tributária entre os trabalhadores. Alguns profissionais que ganham até R$ 8 mil pagam uma porcentagem maior de impostos do que os milionários do país. Essa discrepância ocorre porque uma parcela significativa da renda desses profissionais vem do lucro e dos dividendos de suas empresas. Enquanto isso, aqueles que ganham acima de R$ 176 mil por mês pagam menos de 5,5% de impostos.
Profissões como professores de ensino fundamental, enfermeiros, bancários, assistentes sociais e policiais militares pagam uma alíquota efetiva de Imposto de Renda (IR) de até 8%. Por outro lado, profissionais que recebem altos salários, acima de R$ 176 mil por mês, pagam menos de 5,5% de impostos. Essa diferença é resultado das alíquotas progressivas do IR, que aumentam conforme a renda.
O salário da classe média é tributado na fonte, com alíquotas progressivas que podem chegar a 27,5%. Isso significa que os contribuintes que pagam porcentagens mais altas, acima de 10%, são aqueles que recebem entre 10 e 40 salários mínimos.
O Sindicato dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Sindifisco Nacional) realizou um levantamento com base nos dados do Imposto de Renda Pessoa Física de 2022, considerando a alíquota efetiva. O ranking revela as profissões que pagam mais e menos impostos no Brasil. Confira abaixo algumas das profissões listadas:
A discrepância na tributação entre diferentes profissões levanta questões sobre a equidade no sistema tributário brasileiro. A carga tributária regressiva afeta especialmente os profissionais de menor renda, que pagam uma porcentagem maior de seus rendimentos em impostos. Isso pode dificultar a ascensão social e a mobilidade econômica desses trabalhadores.
Para promover uma tributação mais justa, é necessário repensar as alíquotas e buscar uma distribuição mais equitativa da carga tributária. Além disso, é importante considerar medidas que incentivem a formalização do trabalho e combatam a sonegação fiscal, de forma a aumentar a arrecadação de impostos de maneira mais igualitária.
A distribuição desigual da carga tributária entre diferentes profissões no Brasil é um desafio a ser enfrentado. Profissionais de menor renda, como professores e enfermeiros, pagam uma porcentagem maior de impostos do que aqueles que recebem salários mais altos. Essa disparidade ressalta a necessidade de uma reforma tributária que promova uma distribuição mais justa da carga tributária e incentive a ascensão social dos trabalhadores de menor renda.
É fundamental buscar um sistema tributário equitativo, que não sobrecarregue os profissionais de menor renda e promova a justiça fiscal. A equidade na tributação é um elemento essencial para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.
Uma das principais razões para as disparidades na carga tributária entre as profissões é a isenção de impostos sobre lucros e dividendos. Enquanto os mais ricos muitas vezes recebem uma parte significativa de sua renda por meio desses mecanismos, profissões como professores, enfermeiros e policiais não possuem essa vantagem. De acordo com um estudo realizado pelo Sindicato Nacional dos Auditores-Fiscais da Receita Federal (Sindifisco Nacional), profissionais com ganhos totais acima de 320 salários mínimos pagam, em média, uma alíquota efetiva de imposto de renda de 5,43%, enquanto categorias como servidores públicos, enfermeiros e policiais militares pagam alíquotas mais altas, variando de 8,77% a 9,54%.
Essa diferença ocorre porque, no Brasil, a tributação recai principalmente sobre a pessoa jurídica, concentrando-se na pessoa física apenas quando há distribuição de lucros e dividendos. Em comparação com outros países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), onde lucros e dividendos são tributados, a carga tributária é mais equilibrada entre a empresa e os acionistas pessoas físicas. No Brasil, no entanto, a isenção de impostos sobre lucros e dividendos acaba beneficiando os mais ricos e aumentando a carga tributária sobre as categorias profissionais mencionadas.
Outro fator que contribui para as disparidades na carga tributária é a defasagem na tabela progressiva do Imposto de Renda. A tabela não é atualizada regularmente para acompanhar a inflação, resultando em uma tributação mais pesada para as faixas de renda mais baixas. Enquanto profissionais com rendimentos muito altos podem se beneficiar de estratégias de planejamento tributário, como a distribuição de renda por meio de lucros e dividendos isentos, os profissionais de renda mais baixa sofrem com a falta de correção da tabela do Imposto de Renda.
Recentemente, o governo anunciou uma correção parcial da tabela progressiva do Imposto de Renda, elevando a faixa de isenção para R$ 2.640. Embora seja um passo importante, especialistas afirmam que essa correção ainda não é suficiente para igualar as distorções mostradas no estudo do Sindifisco Nacional.