Os sinais provenientes da adolescência como surgimento de pelos no corpo, acnes, alteração da voz em meninos e a primeira menstruação das meninas, não se limitam mais a apenas esse grupo, visto que a cada dia, mais crianças apresentam indícios da puberdade precoce.
A puberdade precoce vem afetando meninas antes dos oito anos e meninos com menos de nove, gerando transtornos emocionais e até físicos a essas crianças.
Apesar de ainda não haver comprovação específica sobre o aumento da recorrência, assim como das causas da puberdade precoce, muitos especialistas associam à condição a fatores como influência genética, sobrepeso e obesidade. Também há estudos que indicam o estresse grave como gatilho para o distúrbio.
Consequências da puberdade precoce
A puberdade precoce pode afetar desde a parte física a psicológica da crianças, diante disto, ao perceber os primeiros sinais, é extremamente importante buscar auxílio médico.
Entre os efeitos físicos considerados prejudiciais à criança está a apresentação de alterações no crescimento, riscos de obesidade, hipertensão, diabetes do tipo 2, infarto e acidente vascular cerebral (AVC). Já as consequências psicológicas estão associadas à ansiedade e depressão, visto que essas crianças acabam sofrendo maior incidência de bullyings e constrangimentos na escola.
Além disso, a falta sintonia entre o amadurecimento físico e emocional, também gera incompreensões e em alguns casos, abre chances para más condutas entre adultos mal intencionados. Já que apesar do corpo mais evoluído, a inocência ainda está presente, tornando essas crianças mais vulneráveis.
Existe tratamento para a puberdade precoce?
Visto que há dois tipos de puberdade precoce, a puberdade central verdadeira e a periférica, os tratamentos podem variar de acordo com o diagnóstico.
Na puberdade central verdadeira, a qual, acomete 80% das puberdades precoce, há uma alteração hormonal. Durante esta condição, a hipófise, uma região do cérebro, estimula a produção e liberação do hormônio luteinizante (LH) e o folículo-estimulante (FSH), que são responsáveis pode fazer os ovários produzirem estrógeno e os testículos a fabricarem testosterona.
O estrógeno e a testosterona por sua vez, desencadeiam a maturidade sexual física antecipadamente.
Neste caso, o tratamento abordado pode ser através de medicação, que bloqueia a liberação desses hormônios citados acima. Geralmente esta abordagem é mantida até a criança chegar à idade propícia à puberdade.
Já a puberdade precoce periférica, geralmente está associada a outras doenças, como por exemplo, tumores nos ovários e nos testículos, cistos ovarianos e disfunção nas glândulas adrenais. Estas disfunções acabam causando alterações hormonais, que podem provocar a puberdade.
O tratamento desta condição se refere ao seu surgimento, ou seja, da doença que desencadeou a puberdade.
Além disso, apesar de não ter uma medida 100% preventiva, os especialistas orientam diversos cuidados para evitar o risco da puberdade precoce, entre eles, o de uma alimentação saudável e prática de atividades físicas, já que a obesidade pode ser um gatilho para o distúrbio, principalmente em meninas, visto que o tecido gorduroso secreta estrógeno, desencadeando possíveis alterações hormonais.
O mais importante, é que os pais fiquem atentos às alterações físicas dos filhos, a fim de identificar qualquer tipo de anormalidade, como é o caso da maturidade sexual física antecipada.